Clacir Rasador

Se nos dermos o presente de parar e perguntar aos nossos avós, às pessoas idosas com mais de 70 anos, como viviam o final de semana, certamente, em grande parte das respostas, aparecerá visita à casa de amigos e/ou familiares, ainda que não tão próximos.

Os usos e costumes mudam ou passam a agregar outras formas – a antropologia explica – e, quem diria, o visitar da forma tradicional, em tempos de pandemia, enquanto as portas estavam fechadas, inovou e passou a chegar pelo portal dos aparatos da tecnologia moderna via lives à casa de nossos familiares e amigos. 

Contudo, seja na forma tradicional, seja na forma high-tech, uma coisa não mudou nas visitas: a preocupação com o ambiente. O local que será recebido presencialmente ou visto na tela pelo visitante, requer, no mínimo, sempre causar uma ótima impressão, e isso passa, necessariamente, pela limpeza, pois o “não repare”, sejamos sinceros… não funciona. Desculpe, não se trata de pré-julgamento, mesmo que inconscientemente, é fato!

Pois bem, os convido agora a sair agora de vossas casas, apartamentos, da frente de vossos laptops, computadores, celulares e andar pela nossa cidade.

Foi isso que fiz no último sábado, dia 05 de março, deixei os pneus do carro em casa e fui gastar os meus pela cidade.

Tal qual a visita em nossas casas, a qual sim, repara, fui viver a experiência ‘turistando’ literalmente as ruas por onde passava.

Do bairro Progresso, segui pelo Humaitá em direção ao Centro, chegando ao bairro São Francisco subindo o conhecido morro dos engates – assim o era conhecido quando ainda era jovem –  conquistei o topo da Planalto, após via São Bento lá estava a Cidade Alta, retornando ao final pela Av. Osvaldo Aranha.

Sem a necessidade da competência de um consultor de qualidade total,  o olhar  simples e crítico sem filtros do que mais aparece pelas ruas/calçadas, sem que nos seja mostrado, cria logo um conceito ou pré-conceito do que vemos e o lixo como protagonista do “seu” chão (bitucas e embalagens de cigarro, garrafas pets, latas de cerveja, restos de comida, vidros de garrafas quebradas e dejetos de animais) podem distorcer e colocar em risco a verdadeira imagem ordeira, progressista de nossa Bento Gonçalves, bem como o trabalho hercúleo de anos e de tantas pessoas abnegadas que nos colocaram em destaque no cenário turístico nacional.

Este tipo de lixo nas ruas num julgamento simplista, certamente é apontado injustamente por muitos, como um problema solitário a ser solucionado pelo poder público, mas sua origem passa primeiramente pela autoria de mãos que estão sujas deste lixo, cujas profundas raízes estão na falta da educação privada, desculpem o trocadilho.

Famoso na década de 70 em razão de campanha do governo federal – “Povo desenvolvido é povo limpo”, a família do patriarca “Sujismundo” – o personagem que caracteriza aquele que adora fazer sujeira e se chafurda na mesma – é numerosa, embora, muitas vezes, consiga passar despercebida, mas não o lixo que produz.

Campanhas de conscientização, latas de lixo há, no máximo, nove metros uma das outras em locais de grande concentração tal qual os parques da Disney, cara feia aos Sujismundos descobertos, aplicação da lei de posturas municipais?

É preciso que se faça alguma coisa, somente passar pano…não adianta!

Gari particular! Precisa?

Tenhamos no mínimo empatia e compaixão em relação aos garis, servidores públicos, não privados!

Deixemos LIMPO o que é BENTO!