Após 60 dias, Hospital Tacchini opera abaixo de 100%. Queda de atendimentos no fast track, distanciamento e vacinação ajudaram no processo
Depois de dois meses com ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) acima da capacidade instalada, o Hospital Tacchini volta a operar abaixo de 100%. Conforme dados da Secretaria Estadual de Saúde, os índices começaram a baixar no domingo, 2 de maio. Na terça-feira, 4, eram 40 leitos ocupados e cinco vagos, o que corresponde a uma ocupação de 88,85%.
Segundo a casa de saúde, a baixa se deve principalmente pela diminuição de atendimentos na porta do Pronto Socorro. No mês de abril, a média de serviços na estrutura fast track foi de 21 pacientes, enquanto durante o pico da segunda onda, foram registrados quase 90 atendimentos diários.
As medidas de distanciamento e o avanço da vacinação auxiliaram nesse processo. “É importante lembrar que não atingimos um nível de segurança em termos de quantidade de pessoas vacinadas e o surgimento de novas variantes ao redor do mundo ainda exigem a manutenção dos cuidados”, aponta a diretora de divisão hospitalar, dra. Roberta Pozza.
De acordo com ela, as consequências positivas dessa queda são inúmeras. “Diminuímos o consumo de remédios do ‘kit intubação’ e o volume de trabalho de nossas equipes, nos aproximando de uma rotina normal de trabalho, e também retomamos, aos poucos, os serviços que estavam suspensos, como as cirurgias eletivas, por exemplo”, descreve.
Durante os últimos dois meses, o Tacchini chegou a operar com picos de 160% de ocupação, com 72 pacientes graves para 45 vagas de UTI. A situação obrigou a instituição a decretar o colapso no sistema de saúde no dia 7 de março. Apesar do esgotamento de recursos, o hospital sempre manteve as portas do Pronto Socorro abertas para novos casos.
Para garantir que nenhum paciente ficasse sem atendimento, várias atitudes foram tomadas pela casa de saúde, em conjunto com o poder público. Entre elas, a readequação de estruturas internas, a criação de novos ambientes para receber e estabilizar pacientes de alta e média complexidade até que houvesse condições de encaminhá-los a um leito regular de UTI, a convocação de profissionais da saúde que estavam de férias e a suspensão de cirurgias eletivas.
Foto: Alexandre Brusa, divulgação Tacchini