Na celebração do centenário, autoridades e convidados destacaram o legado visionário do médico e a relevância da instituição para a saúde da Serra Gaúcha
Na noite de segunda-feira, 23, o centenário do Hospital Tacchini foi festejado em jantar comemorativo. O evento ocorreu nas dependências do CIC/BG, com a presença de lideranças e convidados.
No decorrer da noite, autoridades presentes e os gestores do hospital, Antônio Massignan, presidente do Conselho de Administração e Hilton Mancio, superintendente, discursaram sobre a importância da instituição para o município e região. Após os discursos, o Grupo Acto, de Garibaldi, interpretou uma série de personagens da comunidade bento-gonçalvense, com os atores Fábio Cuelli, interpretando o Dr. Bartholomeu Tacchini, e a atriz, Taís Rossi, ao encenarem a história do médico ao chegar em Bento Gonçalves e os anos que se passaram até a construção do Tacchini.
Nascido em 1879 na Itália, e formado em Medicina pela Universidade de Turim, Tacchini migrou para o Brasil com o desejo de ajudar as comunidades de imigrantes italianos estabelecidas no Rio Grande do Sul.
O médico foi responsável por estabelecer uma rede de cuidados de saúde na região, com uma dedicação incansável em prol da saúde pública. Ele foi um dos fundadores do hospital que, ao longo das décadas, se tornou um dos principais centros de referência médica da Serra Gaúcha. Tacchini faleceu em 1952, mas seu legado perdura até hoje, tanto na infraestrutura do hospital, que leva seu nome, quanto nos serviços de saúde que continuam a beneficiar milhares de pessoas.
O hospital começou como uma pequena instituição de caridade, mas foi se expandindo e modernizando ao longo do tempo. Hoje, o Tacchini é reconhecido por sua inovação e pela capacidade de oferecer atendimento de alta qualidade. O trabalho do Dr. Tacchini foi fundamental para a construção desse legado, inspirado pela sua visão de uma comunidade unida pela saúde e bem-estar.
O presidente do Conselho de Administração, Antônio Massignan, compartilha suas reflexões sobre o momento: “Que coincidência prazerosa para mim, ser o presidente no centenário. Hoje é um dia de comemorar, porque o hospital trabalhou, neste século, 36.500 dias de forma ininterrupta. Muitas pessoas que nos antecederam fizeram sua parte para construir essa obra grandiosa”, comenta. Ao ser questionado sobre os desafios de sua gestão, Massignan destaca a continuidade do trabalho: “Eu não vou concluir o hospital do Tacchini na minha gestão, nem o Medical Center, mas estou feliz porque o trabalho lá não é de um presidente, é de continuidade. Todos nós estamos juntos nessa obra”, declara.
Hilton Mancio, superintendente do Tacchini, também expressa o privilégio de estar à frente da instituição neste momento histórico: “O Tacchini é uma figura muito inspiradora, ele fez a diferença. Imaginem o que era Bento Gonçalves cem anos atrás, e ele abriu mão de uma vida de conforto em Modena para servir as pessoas. Celebrar este centenário é uma honra”, declara. Sobre os próximos desafios, Mancio comenta: “Nosso objetivo é executar esse projeto no menor tempo possível. Temos um grupo muito comprometido com isso. O projeto Bento+20, que incorporamos no Tacchini, é para fazer a comunidade viver mais e melhor. Ainda temos muitos anos pela frente e muito a conquistar”, conclui.
Com a recepção e momentos iniciais concluídos, a comemoração seguiu com o jantar, feito pelo buffet Dalla Costa, referência na região. O momento foi de confraternização e alegria entre os presentes.
O deputado estadual, Guilherme Pasin, ressalta a relevância do Tacchini para a comunidade e a complexidade do sistema de saúde pública. “O desenho do SUS, é um programa bonito na teoria, sem sombra de dúvidas, mas ele é tripartite. Depende do município, do estado e do governo da União. Agora, o recurso concentrado no governo da União, cabe sempre ao ente mais próximo suportar os contratos e as defasagens”, destaca. Pasin também comenta as iniciativas para melhoria do sistema de saúde: “Agora na Assembleia Estadual, a gente vem voltando a organizar o sistema por parte do Estado, é preciso garantir que os programas de incentivo do Estado sejam reajustados anualmente, acabando com a defasagem dos serviços contratados há anos que não suportam mais o custo de hoje”, declara. Ele finaliza reconhecendo a importância do hospital. “O Tacchini não é uma instituição privada, é filantrópica e atende 70% dos seus serviços para o SUS. É importante a gente ter esse abraço ao hospital, que ao longo de tantos anos e tantas dificuldades, continua como um serviço de excelência, lembrado pelo Brasil inteiro”, conclui.