Mais um paciente portador do vírus HIV, o segundo no mundo, conseguiu se curar da doença mesmo depois de interromper o tratamento contra a Aids. Dez anos após a cura de um primeiro paciente com Aids, uma segunda pessoa, identificada apenas como “o paciente de Londres”, parece não ter mais o vírus HIV em seu organismo, 19 meses após o fim de tratamento contra um câncer.

Os dois pacientes receberam transplantes de medula para tratar câncer no sangue, recebendo células de doadores que apresentam uma mutação genética rara que impede o HIV de se instalar no organismo. O transplante mudou o sistema imunológico do “paciente de Londres”, dando a ele a mesma resistência do doador. O resultado renova as esperanças de cerca de 37 milhões de pessoas portadoras do vírus no mundo, já que os tratamentos antirretrovirais prolongam a vida dos infectados pelo HIV, mas não eliminam o vírus.

Uma questão importante, sublinhou o pesquisador Ravindra Gupta, professor de Cambridge, no Reino Unido, é que o transplante de medula – um procedimento perigoso e doloroso – não é uma opção viável de tratamento para os milhões de portadores do vírus. Mas o progresso da pesquisa vai permitir aos cientistas focalizar as estratégias de tratamento.