Ex-prefeito de Maringá provocou lideranças empresariais, políticas e comunitárias a construir medidas para melhorar Bento Gonçalves

Discutir ações criativas e sustentáveis com base nas parcerias entre os diversos setores organizados da sociedade e Poder Público para o desenvolvimento da cidade que queremos daqui a 20 anos. Esse foi o desafio apresentado pelo ex-prefeito de Maringá (PR), Silvio Barros que veio à Capital do Vinho apresentar possibilidade e alternativas para a cidade nas próximas décadas. O evento realizado na quinta-feira, 22, no Centro Empresarial Bento Gonçalves, contou com a participação de lideranças políticas, empresariais e de representantes da comunidade. Barros enfatizou a construção de uma cidade melhor, através da colaboração e parceria entre os setores público e privado e ressaltou que os gestores devem escutar e permitir a contribuição da sociedade. Na ocasião, foi apresentado também as tratativas para a criação do Conselho Municipal de Estudos, Diretrizes e Projetos, ou Cedipro Bento +20.

Com uma plateia formada por lideranças dos diversos segmentos da sociedade bento-gonçalvense, Barros abordou experiências bem-sucedidas da cidade paranaense em que foi prefeito e que se tornou referência em práticas de gestão urbana. Conforme o palestrante, Maringá entrou na lista das melhores cidades do Brasil para se viver, com ótimos indicadores de qualidade de vida. Segundo Barros, o município colhe os frutos de pensar a longo prazo e o seu diferencial está justamente na organização social. “”Precisamos pensar que o mundo não será, nos próximos 10 a 20 anos, aquele que nós vivemos hoje. Se fizermos planejamento a longo prazo sem levar em consideração isso, estaremos cometendo um grave equívoco”, alerta.

Durante sua explanação, Barros provocou diversos questionamentos, entre eles, o protagonismo em uma participação mais ativa no futuro da cidade, criando soluções para a sustentabilidade urbana, mas de modo a atender as especificidades locais. “As pessoas que, hoje, estão na casa dos 20 anos, em duas décadas serão os líderes à frente de muitas das mudanças que estamos almejando. Para eles, esse raciocino de futuro é muito mais fácil, eles pensam e percebem  de outra forma do que muitos de nós”, afirma.

Por duas gestões à frente da prefeitura de Maringá, Barros disse que a única maneira de manter um projeto de longo prazo e impedir sua descontinuidade a cada troca de gestor é se o projeto for não deste ou daquele grupo político no poder, mas do conjunto da sociedade. Segundo ele, existe mágica quando a sociedade se junta com a prefeitura e sai de sua zona de conforto, tornando-se agente ativo no processo de desenvolvimento da cidade. “Vivemos um modelo de mais direitos do que deveres e o poder público tem que fazer tudo o que a gente precisa. Nenhum sistema aguenta isso, esse modelo de estado é insustentável”, observa.

Cedipro Bento +20

Segundo Milan, até o momento, 32 entidades locais integram o grupo de trabalho e tem na Ascon a entidade coordenadora.

Também na noite de quinta-feira, o engenheiro civil Milton Milan apresentou a proposta de criação do Conselho  Municipal de Estudos, Diretrizes e Projetos, ou Cedipro Bento +20, que prevê a implantação de comitês técnicos para debater e construir propostas nas áreas de urbanização, tecnologia, saúde, segurança, educação, turismo, indústria, comércio, agricultura, entre outros. Até o momento,32 entidades locais integram o grupo de trabalho e tem na Ascon a entidade coordenadora.

Segundo Milan, o Conselho deve ser criado por meio de projeto de lei a ser aprovado ainda este ano para que o Cedipro esteja operante a partir de 2019, com o início da discussão das câmaras setoriais. “Esse é um conselho que nasce para somar e dividir. Somar os nossos conhecimentos e as perspectivas de futuro e dividir com o poder público como fazer o futuro melhor para Bento”, finaliza.