Acredito no propósito do relacionamento das pessoas, no sentido de que nada é por acaso. A amizade, o amor e o ‘ranço’ nem sempre são à primeira vista. Às vezes demora tempo para definirmos uma situação com alguém e às vezes acontece uma reviravolta.

Nossa história e bagagem interferem no reconhecimento das pessoas que queremos ter por perto. Muitas vezes demoram vários encontros – e desencontros – para entendermos que aquela pessoa é especial para nós de alguma forma. Outras vezes não vamos com a cara dela logo de início. Em outras, ainda, deixamos nossas feridas atrapalharem o “julgamento”.

Mas é importante entender que ela está ou esteve lá por um motivo. Às vezes está para caminhar conosco até o fim ou somente para nos ensinar algo, nem que seja a não ser como ela. Nem sempre sabemos disso, mas tento me perguntar sempre e, quando existe o benefício da dúvida, é mais fácil ser resiliente.

Encontro de almas, como gosto de chamar, pode ser com amigos, namorados, familiares. Quantas vezes nos sentimos mais à vontade com um amigo do que com alguém da família? Isso tem alguma explicação?

Temos aquele amigo que chega e ganha nosso coração em minutos, que conhecemos há pouco e já amamos, sem questionar, sem se culpar, a gente só quer ficar perto. Pode durar muito ou não.
Tem aquele amigo que conhecemos há muito tempo e ele ainda se faz presente, de corpo ou de WhatsApp. Tem aquele amigo que chega na sua vida só dar ou receber uma lição. Tem aqueles amigos de infância, que naquela época nem eram tão próximos, mas, quando adultos, descobrem que têm muito em comum.

Nossa ansiedade não deixa as coisas fluirem como deve ser, queremos respostas imediatas. Às vezes precisamos nos afastar de alguém para sentir falta, conviver mais para entender e principalmente: parar de julgar sem conhecer. Temos que nos permitir conhecer mais, conversar mais, a vida não é um círculo de auto-ajuda com inscrições limitadas.

Somos egoístas, não entendemos que certo dia cada um pode seguir seu caminho e talvez ele seja muito diferente, mas que está tudo bem. Sentimos medo de perder as pessoas que mais gostamos, porque na verdade, somos possessivos. Sentimos medo de nos machucar, porque dói, e isso já aconteceu antes. Mas somos apenas passageiros. Passageiros aqui, passageiros na vida um do outro, e no fundo, conhecemos as pessoas verdadeiras. Devemos saber guardar uma lembrança importante, quando valorizar e quando nos afastar.

Estar rodeado de pessoas boas no momento certo é uma das coisas mais preciosas que se pode viver. Isso não é algo que você decide como o sabor do sorvete e não é algo que você ganha, mas é uma conquista, o resultado de suas ações. Se você não gosta do que está recebendo….já sabe o que eu vou dizer, não é?