Mais vale um covarde vivo…
Minha filha Bruna tinha uns oito anos, nós estávamos no MARINA PARK, ela me convencera a descer daquelas boias lá do alto. Fomos escada acima, não chegava nunca, uma fila enorme e eu com o peso de minha coragem. Quando chegamos lá em cima, eu disse: “Bruna, eu não, tô voltando”. Mal eu acabara de falar e ela disparou: “PAI COVARDE”, e, eu, com meus botões pensando: “mais vale um covarde vivo do que um herói morto”, iniciei a descida, na contramão do povo que ia subindo, em direção ao “nunca mais”.

Beto Carrero
Noutra ocasião estávamos no BETO CARRERO. Enquanto meus familiares curtiam um sobe-desce naqueles brinquedos eu, lá embaixo, fiel à minha filosofia, fui até um restaurante que tinha em frente a uma pista de kart. À direita, uma Ferrari estacionada, R$500 para dar uma volta de 5 km. Estava ali, sentado, ao lado de uma família humilde que realizava o sonho de visitar o BETO, olhando em frente e à direita. Realizo meu sonho de andar de FERRARI, ou vivo as emoções de umas voltas de KART? Eu não queria gastar os R$500 mas havia perdido em MÔNACO, a oportunidade de dar uma volta numa Ferrari de aluguel no circuito de Fórmula-1 que havia sido realizado no dia anterior de minha chegada. Por outro lado, pensei: vai que me arrebento com esta FERRARI, vou me incomodar para o resto da vida. Assim, desisti da Ferrari e botei o olho no Kart. Acontece que a gurizada vinha a mil com aquelas “drogas” e eu ali, fiel ao meu princípio “mais vale…..”. Cheguei para a senhora que controlava a entrada e disse: “queria dar uma volta mas devagar, esse pessoal é maluco”. Aí ela me “incentivou” dizendo: “devagar tu até pode andar, o problema é quem vem atrás, toda hora vem ambulância aqui recolher guris acidentados”. “Muito estimulante”, pensei. Chamei o garçom, pedi um chopp e me recolhi aos meus pensamentos de sobrevivência, “havia muita coisa para viver em DENVER”.

A Ferrari
Tempos depois, coisa de dois anos atrás, um senhor alugou a FERRARI no BETO, foi dar a tal de volta e se espatifou, não sobrou nada da “coitadinha”. E ele? Está por ai, inteiro, fugindo de quem quer que ele pague a conta. Veio o drama, quem vai pagar a conta? A Ferrari havia sido alugada de um senhor de Porto Alegre que por sua vez havia alugado de um senhor de São Paulo. Acho que até hoje não foi resolvido o caso na justiça. Ao ler a notícia me veio à mente que eu, possivelmente, teria escapado de ter que publicar no SEMANÁRIO uma notícia com o título
“CAPRARA DESTRÓI UMA FERRARI NO BETO CARRERO”. Embora catastrófico, seria chique, não?
Covarde!

O Kart
Estou olhando agora, sem levantar da minha cadeira, a Pista de Kart do Parque de Eventos. Era a segunda melhor da região, a primeira era a de Caxias. Está ali abandonada, suas dependências sucateadas. Salvo exceções, o Kartismo hoje é instrumento de lazer. É o que acontece no hiper super Walmart de Boa Vista, no Recife. Foi lá que a linda jovem Débora, ao dar uma volta de Kart, teve o cabelo comprido envolto no motor, acidente que fez a jovem perder a pele da altura dos olhos até a nuca. O namorado apanhou tudo o que o motor arrancou, colocou numa sacola e levou a jovem para o hospital. Médicos estão lutando, veio um quinta dos Estados Unidos, para reimplantar, inclusive com enxerto de pele tirado das costas da jovem. Vão levar anos, em sucessivas cirurgias, para reparar o dano. Vi uma foto da jovem tirada no momento de iniciar a volta, ela estava de capacete, não levando a crer que o cabelo tenha se soltado a não ser diante de abalroamentos, como vi acontecer lá no BETO CARRERO.
Alguma imprudência houve ali, da maior gravidade.

PRUDÊNCIA NOS ATOS! PRUDÊNCIA NAS PALAVRAS! PRUDÊNCIA NO TRÂNSITO! PRUDÊNCIA! PRUDÊNCIA! PRUDÊNCIA!

Lembrem do Iarley na decisão do mundial pelo INTER diante do BARCELONA. Olhou para a direita, estava a FERRARI LUIS ADRIANO, olhou para a esquerda estava KART GABIRU, e ele optou pelo KART. E eu no BETO, olhei para a direita, olhei para a esquerda, sentei em cima da bola e pedi um chopp. Covardia ou prudência? Mas olhem o que dá, às vezes, com coragem excessiva. Esse acidente com a jovem DÉBORA me abalou muito, não paro de pensar nela, se depender de mim, vai ficar boa. A espiritualidade em favor dela está no ar, em todo o Brasil.

Prefeito Pasin: ele só pensa naquilo, “eleição para Deputado Estadual”.

O Bento +20
Estive, na quinta-feira, na apresentação do funcionamento e dos objetivos do BENTO+20. Evento foi muito prestigiado, por jovens inclusive. Porém, observei a ausência de alguns titulares de Entidades que compõe a estrutura do movimento, de alguns Vereadores, de muitas lideranças de peso. Não estavam lá. Como levar adiante um “planejar Bento” sem participação coesa e interessada? Tenho para mim que o BENTO+20 tem uns vícios de origem, não está estruturado de forma adequada e carece de alguns atos preliminares. Eu ouvi dizer nas palestras levadas a efeito que “planejamento é consenso”, e que é preciso, ao planejar “aproximar as pessoas”.

Ouvi dizer que “os Prefeitos são executores do que a sociedade civil determinar”. Se esses dogmas são verdadeiros e devem acontecer antes de se iniciarem os debates o planejamento, é preciso repensar o movimento, começando por aproximar as pessoas, depois buscar o consenso, depois convencer o Prefeito que Planejamento do BENTO+20 é ele se submeter à vontade coletiva, coisa que não é muito do estilo dele. Bento é uma cidade um tanto dissociada, tanto na sua estrutura política, como na social, como no segmento industrial, como nas suas lideranças. Primeiro precisamos unir Bento, depois buscar um consenso do que queremos, depois planejar nosso futuro. A estrada para isso se chama “relacionamento humano”. Não adianta plantar “bananeira no asfalto”.

O Prefeito saiu no meio da reunião, consciente ou inconsciente, “levou a cidade junto com ele”. Ficaram “os outros” ali na sala discutindo o futuro da cidade do Prefeito que se ausentou. O Prefeito foi “nomeado” Presidente de Honra do BENTO+20. Presidente de Honra do que, na opinião do Prefeito? Tem razão o Presidente Milton Milan ao afirmar que “a sociedade organizada tem que planejar o futuro, entregar o planejamento ao Prefeito para que execute ou não”. Disse mais “a sociedade tem que eleger um Prefeito que se proponha a aceitar o planejamento imposto pela sociedade civil organizada”. Bem então, Milton, me diga, o que está fazendo o Prefeito como Presidente de Honra? O que estão fazendo Secretários Municipais no Comitê? Contradições a serem equacionadas. Vai demorar mas o CIC é decidido. Vai acontecer.