Imaturidade e desconhecimento técnico são apontados como entraves

Embora os levantamentos apontem que o desemprego está diminuindo gradativamente, atingindo aproximadamente 12 milhões de pessoas no país, uma incômoda constante se mantém: a juventude permanece sendo a faixa etária que têm mais dificuldade em encontrar novo trabalho. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, no terceiro trimestre deste ano, a falta de empregos entre os jovens era superior ao dobro da taxa geral. Enquanto 11,9% dos brasileiros estavam desocupados, o número subia para 25,8% para pessoas entre 18 e 24 anos.

Apesar de Bento Gonçalves destoar da realidade nacional, com uma taxa de desemprego de 2,40%, no que diz respeito aos jovens, o cenário, aos olhos dos especialistas, parece mais semelhante.  Segundo a coordenadora de departamento pessoal de uma das empresas de RH da cidade, Adriana Wetter, a falta de segurança dos empregadores quanto a responsabilidade e maturidade dos jovens é um dos fatores que dificulta a busca do primeiro emprego. “Muitas vezes nossos clientes preferem contratar alguém de mais idade, mesmo que inexperiente, em detrimento de pessoas mais novas. Eles afirmam que os jovens são mais dispersos e sem comprometimento”, comenta. Para ela, a imaturidade, aparece já na entrevista. “Muitos chegam atrasados, com os pais, ou não sabem responder perguntas básicas. Como o empregador teria confiança?”, questiona.

Já de acordo, com  o secretário Municipal de Desenvolvimento Econômico, Sílvio Bertolini Pasin, o principal problema é a falta de especialização técnica para àqueles que buscam a inserção no mercado do trabalho. “Há vagas, mas falta qualificação. O jovem, de modo geral, não é preparado para o trabalho. Um adolescente do Instituto Federal aqui de Bento, que tem estudo técnico de informática ou agronomia, por exemplo, vai sair empregado, mas os do ensino médio convencional terão mais problemas”, pontua.

Na opinião de Pasin, para mudar o cenário, além de pensar na qualificação técnica dos jovens, um bom caminho seria incentivar a criação de startups. De acordo com ele, a Prefeitura, CIC, e instituições de ensino, já pensam, em conjunto, na possibilidade de criar um espaço que permita o desenvolvimento de ideias e projetos.

 

Começo de ano é a melhor época para buscar estágio

Chances de conseguir vaga são 25% maiores no 1º trimestre (Foto: Divulgação)

Para quem está em busca de oportunidade de estágio, ignorar a popular máxima de que no Brasil o ano começa somente após o Carnaval pode ser uma boa ideia. Afinal, de acordo, com levantamento recente promovido pelo Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), os universitários têm ao menos 25% mais chances de conquistar uma vaga no 1º trimestre do ano.

O número resulta dos encerramentos de contrato comuns no fim do ano, e também da baixa concorrência, como explica a coordenadora da Unidade Operacional Caxias Do Sul, Paula Novello. “Por ser um período de férias, a procura é menor, e o ingresso no mercado de trabalho fica facilitado, pelo número diminuto de concorrentes no momento da entrevista. Além disso, ocorrem muitos desligamentos em virtude das conclusões de cursos, o que gera a abertura de novas vagas em substituição aos estagiários formandos, e ampliando ofertas”, destaca.

Como comprovação da pesquisa, a unidade de atendimento de Bento Gonçalves conta atualmente com bom número de oportunidades em aberto. São 37 vagas entre ensino médio e superior, nas mais diferentes áreas do conhecimento, como, educação física, direito, administração, pedagogia, entre outras.

O CIEE de Bento Gonçalves oferece estágio nas áreas de comércio, indústria e serviços e conta com vagas em todos os segmentos. O único requisito para se cadastrar no serviço é a comprovação de que o estudante está matriculado, pelo menos, no primeiro ano do ensino médio. As oportunidades de estágio do CIEE-RS ficam disponibilizadas no portal www.cieers.org.br.

 

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