O secretário de Segurança Pública do Estado, Cézar Schirmer, afirmou que não pretende utilizar o serviço do exército nas revistas realizadas em detenções gaúchas, incluindo o Presídio Estadual de Bento Gonçalves (PEBG). A possibilidade foi aberta para todos os Estados da federação na última semana, a partir de decreto assinado pelo presidente Michel Temer.

Schirmer comenta que as inspeções propostas pelo decreto são feitas corriqueiramente pela Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e Brigada Militar. De acordo com ele, ações pontuais não resolveriam o problema. “Eles vão lá, revistam, recolhem e depois de 10 dias armas e celulares e droga estão de novo dentro dos presídios”, projeta.

No último ano, de acordo com os dados fornecidos pela Susepe de Bento Gonçalves, foram apreendidos drogas, armas brancas e 75 celulares no PEBG. Destes, apenas sete aparelhos foram pegos durante as revistas de rotina, que são realizadas quase todos os dias pelos agentes penitenciários durante o banho de sol dos detentos.

O volume é considerado pequeno perto do número recolhido durante as duas revistas gerais ocorridas em março e dezembro do ano passado, quando foram encontrados 37 e 31 telefones, respectivamente. Ambas ações contaram com a participação do Grupo de Ações Especiais (GAES) de Porto Alegre. “Pela falta de pessoal, dependemos da ajuda da Capital em todas nossas revistas gerais. Mesmo assim, neste ano queremos intensificar esse trabalho na região”, avalia o delegado Marco Antônio Duarte, que responde pela 7ª Delegacia Penitenciária Regional, responsável por nove presídios na região da Serra, entre eles o Presídio Estadual de Bento Gonçalves.

6º Bcom precisaria de treinamento

De acordo com o tenente-coronel Lúcio Mauro Vilotte Moreira Guerra, comandante do 6º Batalhão de Comunicações, até o momento o Estado não entrou em contato com a unidade de Bento Gonçalves. Ainda conforme ele, seria necessário fornecer treinamento específico antes de entrar em atividade. “Essa não é a nossa finalidade. Somos um batalhão de comunicação. É bem diferente de uma infantaria, que está mais preparada para este tipo de ação, ou mesmo a engenharia de detecção, para a busca de armas nas celas. Precisaríamos de treinamento e material adequado, mas estamos aqui para servir a sociedade naquilo nos for designado”, descreve.

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