No próximo domingo, 2 de outubro, completam-se seis anos da morte de Alan Carini. Em outubro de 2010, ele foi atropelado na Avenida Planalto, durante a madrugada, por um automóvel Vectra em alta velocidade. O jovem, à época com 20 anos, estava com mais dois amigos, Gabriel Rodrigues dos Santos, e Marcelo Lisboa Alves. O carro era conduzido por Vilson Juarez Fianco, de 54 anos. O teste de bafômetro no motorista do automóvel constatou 0,54 miligramas de álcool por litro de ar expelido. Alan morreu na hora, e um dos amigos ficou ferido.

Em junho de 2014, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS) decidiu pela condenação de Fianco, impondo-lhe a pena de dois anos, quatro meses e vinte e quatro dias de detenção em regime aberto. A pena privativa de liberdade foi substituída por uma pena restritiva de direito, consistente em prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas, e pagamento de multa. A condenação se deu com base no artigo 302 do Código de Transito Brasileiro, que dispõe acerca do homicídio culposo no trânsito.

No entanto, a defesa obteve desclassificação do crime para homicídio culposo de trânsito. A defesa e o Ministério Público recorreram, mas em janeiro deste ano a decisão foi mantida pelo TJ/RS. A solicitação do MP baseava-se no fato de que o réu dirigia na contramão, além de estar embriagado. Já a defesa solicitou a absolvição do réu, alegando que o bafômetro apresentava problemas, e que as vítimas estavam na via.

Para a família, a condenação de Fianco e o cumprimento da pena em regime aberto não aplaca a dor e a sensação de impunidade após a morte. A mãe de Alan, Lourdes Carini, afirmou que convive diariamente com essa dor. “Infelizmente, a gente sabe que é algo comum no Brasil”, lamenta ela.

Se estivesse vivo, Alan estaria com 26 anos. Segundo Lourdes, a família não conseguiu mais ter paz depois da perda do único filho. “Foi uma coisa que acabou com nossos sonhos. Meu filho tinha tudo para hoje ser um cara feito na vida, seria um homem. Ele estaria no auge. A gente sabe que tudo se recupera, menos a vida”, lamentou ela.