A produção ainda é tímida, mas já tem destino certo em restaurantes e pizzarias e casas de delicatessen em Bento e Caxias e, em breve, na Bahia. É o alho negro, produzido no Vale dos Vinhedos, que começa a cair no gosto do brasileiro. Enquanto japoneses e coreanos discutem quem descobriu a iguaria, por aqui, o economista Dirceu Franzoni e o técnico Henrique Facchini investem na produção e já está colhendo resultados. Foram dois anos de estudos e testes, para no final de 2014, finalmente, colocar o produto no mercado.

Simples, mas requer dedicação

A estrutura construída numa propriedade do Vale dos Vinhedos conta com três estufas com capacidade de produzir 40 quilos cada, a cada 45 dias, período que leva, em média, para a elaboração do alho negro. O processo é simples, mas é minucioso, exige cuidados e requer estudos e dedicação. O alho negro é resultado do alho comum fermentado e envelhecido por meio do controle de temperatura e umidade. Após passa pelo processo de pasteurização, que garante a higienização total. A aquisição do alho “in natura” é feita através da Cooperativa de São Marcos, e na entre safra é importado da China, sempre primando pela qualidade do produto.
“Apesar do pouco tempo, a demanda já surpreende e os resultados são cem por cento positivos. Não só pelo sabor agradável do alho negro, que é bem diferente do alho comum. Aliás, quem não gosta de alho, com certeza vai gostar desta nova opção, pois o cheiro e o sabor são completamente diferentes. Mas também pelos resultados na saúde, que são fantásticos”, explica Franzoni.

Quanto ao sabor, é verdade. Por baixo da casca dourada, os dentes negros apresentam uma textura macia e pastosa e o sabor e o aroma… não lembram o alho, mesmo sendo um alho. Lembram um azedo-adocicado do tamarindo, seguido de uma recordação de melado e shoyu e por fim o do aceto balsâmico. Mas, só experimentando para entender esta complexidade.

Uma das qualidades do alho negro é sua versatilidade na culinária, indo bem até em sobremesas como o sorvete, já que é parecido com frutas secas. Mas as receitas mais tradicionais usam a iguaria em massas, pizzas, risotos, saladas e pastas.

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