Desde a formação das sociedades humanas, tribos, povos e grupos sociais são oprimidos e subjugados – seja de forma nítida, seja de forma velada. Por meio de recursos visuais, a mostra coletiva “Intersecções poéticas” exposta na Fundação Casa das Artes traz reflexões sobre este tema que há muito tempo permeia as relações humanas.

A exposição foi criada por quatro autodenominados educadoresartistas – que fizeram o uso do neologismo para criar esse termo: Elisa Iop, Estevão Da Fontoura, Lilian Cordeiro e Viviane Diehl são aos autores.

Representação de Frida Khalo, uma das mais importantes figuras do movimento feminista – Fotos: Lucas Delgado

Por meio da arte, juntos, trazem em suas obras a militância e os movimentos de lutas vivenciados no Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS). A entidade possui grupos de estudos voltados para os temas abordados na exposição, como o Núcleo de Estudos Abro-brasileiros e Indígenas (Neabi), Núcleo de Estudo e Pesquisa em Gênero e Sexualidade (Nepegs) e Núcleo de Ações Afirmativas (Naaf).

Temas abordados

Cada educadorartista aborda um tema em suas representações. Viviane questiona a opressão à cultura indígena, sufocada desde a chegada do povo europeu às Américas; Estêvão retoma o tão debatido tema do racismo – enraizado na cultura brasileira; Elisa aborda as intersecções biológicas, religiosas e culturais da sociedade atual; e Lilian relembra o machismo sofridos pelas mulheres no dia a dia devido à cultura patriarcal na qual estamos inseridos.

Embora as relações de opressão sejam antigas – desde que “o mundo é mundo” – as discussões acerca destes temas são recentes. E cada vez mais elas estão presentes na rotina da sociedade moderna. A arte tem o papel de trazer isso para o público geral. E é isso que a mostra faz: instiga aqueles que a acompanham.

Como a apresentação da exposição se descreve, “é por meio destes quatro educadoresartistas que o painel dialoga com a realidade, procurando expressar as agressões morais e físicas que as etnias abordadas sofrem cotidianamente”. E, de fato, ela dialoga.