Venho afirmando há muito tempo que o peso dos governos da economia brasileira é muito alto, ou seja, o custo que todo brasileiro tem que pagar para sustentar a máquina pública é alto demais para o nível de serviços que é oferecido.
O último dado que se tem da carga tributária no país, cálculo há poucos meses, mostra que, cada pessoa, trabalha 4 meses por ano somente para pagar o peso dos governos na economia. O percentual de tributos que pagamos para manter a estrutura estatal ficou em 32,95% do PIB.
Ou seja, de tudo o que produzimos, quase 33% fica com os governos ( Federal, Estadual e Municipal).
A cultura da dependência do governo, quer seja por empregos públicos, quer seja por verbas públicas, quer seja por programas sociais ou outras coisas vem há tempo contribuindo com o não crescimento do país, a pouca melhora na qualidade de vida e com a dificuldade para todos de encontrar seus objetivos.
O Brasil é muito pesado. O custo Brasil é muito alto. A produtividade do trabalhador é baixa e a inovação não é constante.
Mesmo com a redução da taxa de juros, o que é benéfico a todos, a carga é muito alta. Vai reduzir com a reforma tributária? Duvido.
Os países desenvolvidos dependem muito menos dos governos de plantão. As economias capitalistas mais prósperas possuem mecanismos liberais de alocação de recursos econômicos que contribuem para um maior desenvolvimento.
No nosso país, problemas estruturais antigos como baixa educação, subemprego, baixo investimento, baixa inovação, inflação sempre fizeram com que governos queiram, normalmente, aumentar seu papel no dia a dia da população, o que gera desequilíbrios imensos.
Com o passar dos anos, e cultura centralizadora nos governos, seja no império ou na república, sempre foi aumentando o poder dos administradores públicos e políticos e gerou uma dependência enorme desses agentes que, hoje, a sociedade tem dificuldade de se soltar dessa amarra.
E os governantes, na grande maioria, talvez, querem que assim continue pois, com isso, o povo sempre dependerá “deles”.
O pensamento de plantão dos detentores do poder político, salvo exceções, resume-se a pensar em 4 anos que é o tempo de um mandato. Dificilmente há planos para mais desse período de tempo.
Portanto, o curto prazo predomina nos governos e isso gera imperfeições muito grandes que, somados à mudança do partido de plantão, gera má alocação de recursos públicos e o país não cresce e não se desenvolve como todos gostaríamos.
Nesse sentido, o populismo eleitoral de fazer coisas que gerem votos de curto prazo torna-se a tônica dos países que assim possuem sua sociedade enraizada na dependência dos governos.
Infelizmente, o Brasil é um exemplo onde o populismo do curto prazo está vencendo a guerra.
Somente com a independência social, econômica e cultural das pessoas e agentes econômicos se mudará essa história.
O voto está vencendo o povo. A melhoria no médio e longo prazo, nas políticas públicas, não está conseguindo prosperar.
O pensamento coletivo da sociedade do bem maior está fadado a não se desenvolver se continuarmos dependendo tanto dos governos.
Pense nisso e sucesso.