A grande quantidade de chuva registrada durante o período da primavera, entre setembro e novembro, bateu recordes e superou volumes que são esperados durante um ano inteiro no Rio Grande do Sul. De acordo com a meteorologia, entre os três meses foram registrados em algumas regiões gaúchas volumes que chegam a 1.500 milímetros de precipitações. As áreas onde ocorreram mais registros de chuva foram em Palmeira das Missões, no Noroeste, até Cruz Alta (Alto Jacuí), Passo Fundo (Planalto Médio) e Serafina Corrêa (Norte da Serra). Nesta faixa do território gaúcho, a chuva no trimestre ficou perto ou acima de 1.500 mm.
Os números elevados são decorrentes de ações do fenômeno climático El Niño, que deve seguir com intensidade forte ainda durante o mês de dezembro em toda a região Sul do Brasil. Conforme a Metsul Meteorologia, a situação acabou se intensificando, uma vez que os eventos extremos de chuva coincidiram com ondas de calor excepcionais no Centro do Brasil, as mudanças climáticas em escala global pelo aquecimento recorde do planeta podem ter potencializado o que já seria extremo pelo El Niño.
Dezembro seguirá com chuvas acima da média no Rio Grande do Sul
Assim como nos meses anteriores, a meteorologia prevê dezembro com precipitações acima da média. No Rio Grande do Sul, os mais altos volumes devem se dar nas metades Norte e Oeste enquanto mais ao Sul do estado a precipitação pode ficar abaixo ou perto da média. Santa Catarina e o Paraná devem continuar com chuva perto e acima da média em grande parte dos municípios dos dois estados.
Segundo a MetSul Meteorologia, com mais umidade e temperaturas altas, típicas desta época do ano, aumentará a frequência de temporais gerados por calor e umidade, que ocorrem mais da tarde para a noite, em regra são isolados, e que podem provocar altos volumes de chuva localizados em curto período com risco de vendavais.
No Rio Grande do Sul, o calor deve ocorrer, já que há proximidade com o verão. No entanto, haverá dias, sobretudo na primeira metade do mês, com marcas agradáveis por uma alta e atípica frequência de pulsos de ar frio passando pela Argentina.
Foto: Luis Gustavo Bettinelli / Reprodução