Primeira startup quebra padrões na forma de oferecer a bebida aos apreciadores
Publicidade digital e sustentabilidade. Duas palavras que vêm conquistando vitrines na sociedade e mercado atuais. Segundo a 18ª Pesquisa Global de Entretenimento e Mídia 2017-2021, realizada pela PricewaterhouseCoopers (PwC), o investimento em mídias digitais crescerá 12% ao ano até 2021, superando outras formas de publicidade, como televisão, por exemplo.
Atentos a transformação no perfil do consumidor e no potencial da internet, diversos empreendedores sacaram as oportunidades desses segmentos. Na Serra Gaúcha, a Lovin’ Wine, primeira startup 100% digital de vinhos do Brasil, chegou ao mercado para romper o modelo tradicional de consumo: a bebida é vendida em lata, tendência que explodiu nos Estados Unidos.
O aumento do consumo de latas de alumínio no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Produtores de Lata de Alumínio para Bebidas (Abralatas), registrou um aumento de 13,7% no ano de 2019. Algo compreensível, já que a lata de alumínio é ambientalmente sustentável.
O entendimento disso levou o empresário João Paulo Sattamini a investir na empresa, que também está à frente da Organique, primeiro energético orgânico do mundo com ingredientes brasileiros exportado para 12 países. Segundo a Lovin’, a escolha pela lata passa por uma ideia de identidade de marca e uma compreensão mais ampla da responsabilidade social que a iniciativa privada tem para com o mundo. “O objetivo é fazer uma disrupção no mercado, não só na forma de consumir para tirar os padrões e simplificar o consumo. Pode ser na lata, com gelo, sem gelo, copo alto ou baixo. É o que a gente acredita de tendência”, defende Sattamini.
Não na prateleira, mas na internet
Outro diferencial da Lovin é que toda estratégia foi pensada para ser online. Por isso, a marca desponta como uma DNVB (Digitally Native Vertical Brand), sigla em inglês para empresas que nascem digitais e verticalizam seus processos desde a produção até a entrega do produto, por meio dos canais digitais como ponto de venda. Na prática, isso significa que os consumidores talvez não encontrem o vinho em mercados ou restaurante, mas de forma online.
A latinha chega ao mercado em duas versões: Branco e Rosé, levemente gaseificados, com fermentação natural e que devem ser bebidos gelados. Por enquanto, o primeiro lote com dois produtos lançados foi todo vendido no primeiro mês de operação. O carro-chefe do consumo, de acordo com Sattamini, é no Rio Grande do Sul, seguido por São Paulo (capital e interior), Rio de Janeiro e Santa Catarina. “Vendemos em todo Brasil. É impressionante. Às vezes chega pedido do Maranhão, Bahia, é muito bacana”, celebra.
Quanto ao perfil do consumidor, cerca de 75% dos clientes é o público feminino. “É mercado jovem, mas notamos que está atraindo um público de 25 a 50 anos”, diz o empresário. Ambos os vinhos são produzidos no Vale Trentino, no município de Farroupilha.
Com a estação mais quente do ano se aproximando, a bebida tem tudo para ser um sucesso. Conforme o gestor, a meta é triplicar a produção de latas da bebida até o final do ano. Em 2021, os planos é faturar em torno de R$ 7 milhões. “Quando esquentar (na Serra) vai começa a bombar mesmo. É um produto para tomar mais na rua, na piscina, na praia, em parques, para facilitar mesmo o consumo. Às vezes a pessoa não quer levar a garrafa, então fica prático com a lata”, finaliza.
Além de Sattamini, a Lovin’ tem como sócios Eduardo Glitz, André Picolli, Daniel Skowronsky, Régis Montagna, Fernando Kwitko e Rudimar Pascoal. A decisão em investir no projeto nasceu no final de 2019. Sattamini já administrava a BrasilBev, marca dona dos sucos e energéticos Organique.
Foto capa: Diego Larré, divulgação Lovin’