Por maioria de votos, os vereadores da Câmara Municipal de Bento Gonçalves aprovaram na tarde desta segunda-feira, 21, a abertura do pedido de cassação do vereador Moacir Camerini (PDT). Por 10 votos favoráveis e seis contrários, a casa deverá seguir com o processo. Votaram contra a continuidade, os parlamentares Moisés Scussel (PSDB), Agostinho Petroli, Élvio de Lima, Leocir Lerin (ambos do MDB), Marcos Barbosa (PRB) e o próprio Cameirni.
Os suplentes, Carlos Possa, Delarci Martins de Lima “Cascão” e Thiago Fabris (ambos do Progressistas) e José Antônio Gava (PDT), convocados para participar da votação, devido à participação dos titulares na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Fake News, denunciantes do pedido de cassação, além dos demais vereadores, votaram favoráveis ao pedido de abertura do processo.
Na sequência, foram escolhidos os três parlamentares que irão integrar a Comissão Processante. Neri Mazzochin (Progressistas), Moisés Scussel (PSDB) e Gustavo Sperotto (DEM), foram sorteados para dar prosseguimento ao processo. Sperotto será o presidente, Mazzochin o relator e Scussel integrante da referida Comissão.
Com a formação da comissão, os próximos passos estão voltados à confeccionar o parecer final sobre a denúncia. De acordo com o documento, após o recebimento do processo, o presidente da comissão deverá iniciar os trabalhos dentro de cinco dias, notificando o denunciado que terá 10 dias para apresentar a defesa prévia, por escrito, indicando provas e testemunhas para a sua defesa.
Após a apresentação da defesa, a Comissão processante terá cinco dias para emitir o parecer, opinando pelo prosseguimento ou arquivamento da denúncia, o qual, neste caso, será submetido ao Plenário. Se a Comissão opinar pelo prosseguimento, o presidente designará desde logo, o início da instrução, e determinará os atos, diligências e audiências que se fizerem necessários, para o depoimento do denunciado e inquirição das testemunhas.
Relembre o que motivou o pedido
A denúncia assinada pelos vereadores Anderson Zanella (PSD), Gilmar Pessutto (PSDB), Idasir dos Santos (MDB), Jocelito Tonietto (PDT) e Volnei Christofoli (Progressistas), está embasada no relatório de conclusão da CPI das Fake News, que após análise de documentos, perícias e oitivas, apontou que o vereador Camerini utilizou da estrutura física e funcional (ex-assessores) da Câmara Municipal, para a criação e manutenção de perfis falsos nas redes sociais, com o intuito de disseminar conteúdos de imagens, vídeos, comentários caluniosos, falsos e difamatórios contra autoridades e colegas vereadores.
Os vereadores que assinam a denúncia, também entendem que o parlamentar acusado faltou com o decoro parlamentar, violando o inciso VI do parágrafo 1º, do artigo nº 22 do Regimento Interno.
Camerini reafirma sua inocência
Camerini afirmou que é inocente das acusações, questionando a forma como o processo foi conduzido. Ele diz que sofre perseguição política desde que colocou seu nome à disposição do partido para concorrer às eleições do ano que vem. “Eu estou convicto de que é uma perseguição política”, afirma.
O vereador diz ainda que todo o processo está atrapalhando o seu trabalho. “Eu preciso deixar de visitar os bairros para vir aqui (na Câmara) responder pedidos e elaborar a minha defesa. Só uma coisa que eu peço: me deixem trabalhar. Tudo começou depois que eu coloquei meu nome à disposição para disputar as eleições do ano que vem”, observa.
Em seu pronunciamento na tribuna, Camerini disse que se caso for cassado, sairá de cabeça erguida. “Vou continuar trabalhando por aqueles que tem o real poder para me tirar daqui, que é o povo. Esses sim, podem tirar qualquer um daqui de dentro”, afirma.