Após Audiência Pública, Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul deverão atuar em conjunto quando o assunto tratar de obras e alterações no Vale dos Vinhedos
Um projeto protocolado na Câmara em 24 de junho foi aprovado por unanimidade na Sessão Ordinária da última segunda-feira, 28 de agosto, após, inclusive, a realização de uma Audiência Pública para debater o tema. A matéria visa a abertura de um crédito de R$ 1 milhão para desenvolvimento do Plano de Gestão e Desenvolvimento da Paisagem do Vale dos Vinhedos – PlanVale.
Conforme os vereadores, a inclusão do município de Garibaldi nas discussões e nas negociações foi fundamental. “De nada adianta nós, em Bento Gonçalves e Monte Belo do Sul impormos regras se, do outro lado da rodovia, que pertence a Garibaldi, as regras não forem as mesmas”, destacou o vereador Thiago Fabris (Progressistas).
“Muitas vezes, quando se pede vistas, é porque há dúvidas”, disse o vereador Agostinho Petroli (MDB), que complementou: “A Audiência Pública esclareceu tudo o que tinha para esclarecer. Parabenizo, inclusive, o Ministério Público, por ter se preocupado e provocado a realização deste Plano”. A fala foi endossada pelo vereador Idasir dos Santos, do mesmo partido. As explicações da arquiteta Magda Cobalchini (IPURB) satisfez todos os participantes da Audiência, conforme ressaltou o vereador Edson Biasi.
“O que me preocupa, conforme as falas dos presidentes das Câmaras de Vereadores de Garibaldi e de Monte Belo do Sul, é que este é um projeto que vai precisar ter a participação de todos na sua construção, o que é bastante difícil. Porque passado todo o estudo, ele volta para as Casas Legislativas, e são estas que terão que avalizar, emendar ou fazer alterações. E nós vamos sofrer as pressões que sofremos de todos os lados em todas as aprovações de planos diretores. Tem muita construção a ser feita”, frisou o vereador Anderson Zanella (Progressistas).
Outros projetos
Também foram aprovados por unanimidade, de autoria do vereador Ari Pelicioli (Cidadania), a denominação de via particular rua Adélio Lorenzini; de autoria do vereador Ivar Castagnetti (PDT) a concessão do Título de Cidadão Bento-Gonçalvense a José Carlos Zortéa; de autoria do Executivo um convênio com o Estado visando a permuta e cedência de servidores e, ainda, de autoria do Executivo, a abertura de um crédito especial no valor de R$ 2.524,87.
Vereador Pasqualotto: “Não podemos nos apequenar diante das situações”
“Como presidente desta Casa, já no quinto ano de mandato, sempre vou defender a autonomia e a grandeza dela. Alguém diria que o Brasil tem um sistema Presidencialista, mas eu diria que não, porque vemos, em nível federal, o poder que tem o sistema bicameral, o Senado e a Câmara dos Deputados. Então, porque no Município, vamos nos apequenar diante das situações?”, questionou o presidente da Câmara, vereador Rafael Pasqualotto (Progressistas) em seu pronunciamento nas explicações pessoais.
Pasqualotto se referiu ao tema destacando que, muitas vezes, quando os projetos são protocolados, não são estudados ou exaustivamente discutidos. “O que nós falamos para o nosso eleitor? Falamos que iríamos nos empenhar, discutir os projetos, realmente levar a sério, engrandecer esta casa, mas nem sempre isso ocorre. Nem sempre encaramos o ofício”, enfatizou.
Agostinho Petroli: “O Ministério Público está pegando pesado”
“À margem dos nossos pensamentos, das nossas discussões, os agricultores são os verdadeiros protagonistas da nossa principal fonte de renda que é o turismo. Fazem parte da cadeia produtiva da uva e do vinho, do início dela, e são os responsáveis pela preservação e reconstrução da nossa paisagem cultural e histórica, a paisagem vitícola”, disse o vereador líder do MDB Agostinho Petroli, que continuou: “Mas as exigências que estão sendo impostas para a mão-de-obra de auxílio aos agricultores, sejam diaristas ou safristas, nunca passaram por nossa imaginação”.
Conforme o vereador, há conversas de que drones estão sobrevoando propriedades rurais para ver onde tem grupos de pessoas podando parreirais ou fruteiras. “O Ministério do Trabalho está pegando pesado. Autuou famílias em Cotiporã, com funcionários que não estavam cadastrados; no Vale Aurora não sei se chegou autuar, e em Pinto Bandeira. É uma situação bastante complicada e difícil de ser resolvida, porque além da forma como os agricultores devem contratar, seguindo a legislação atual, uma preocupação muito grande, que não estamos nos dando conta, diz respeito às propriedades da nossa agricultura familiar. Os alojamentos precisam ser semelhantes a uma hotelaria, adaptados para receber os diaristas e safristas, entre outras exigências, como exames médicos”, enfatizou.
Fotos: Câmara de Vereadores / Reprodução