Sessão de segunda-feira, dia 20, aprovou dois projetos que dão denominação patronímica a duas ruas da cidade e cria nova data comemorativa no calendário municipal de eventos. Vereadores também abordaram o segundo desastre climático que atingiu a Serra Gaúcha em menos de três meses
Dois projetos de lei atribuindo denominação patronímica a duas ruas de Bento Gonçalves, aprovados por unanimidade, e um projeto de lei instituindo o Dia Municipal do Mel e da Abelha – que passou com um voto contrário – foram aprovados na sessão ordinária da Câmara Municipal na tarde de segunda, dia 20. As votações das duas primeiras propostas foram acompanhadas por familiares dos cidadãos homenageados, Irineu Urbano Valenti e Francisco Luiz Ceresa, respectivamente de autoria dos vereadores Ari Pelicioli e Ivar Castagneti. A iniciativa de instituir mais uma data comemorativa ao calendário oficial do município é do vereador Marco Barbosa. Os projetos aprovados passam, agora, pela redação final e serão encaminhados ao prefeito Diogo Siqueira, para que sejam sancionados e entrem em vigor.
Outro assunto que ganhou espaço na reunião legislativa foi a intensa chuva de sexta-feira passada, dia 17, madrugada e manhã de sábado, 18, que atingiu o Rio Grande do Sul e, com mais força a região da Serra Gaúcha. Já na abertura da sessão, o presidente, vereador Rafael Pasqualotto, lamentou que a intensidade da precipitação tenha causado cheias dos rios, principalmente o das Antas e Taquari, desalojando famílias e provocando “enormes perdas materiais. Felizmente, desta vez, não foi como em setembro, quando dezenas de vidas foram perdias. Torcemos para que as pessoas que tiveram perdas recebam o apoio necessário e possam se recuperar o mais breve possível”, disse o parlamentar. O vereador José Antônio Gava aproveitou para criticar os serviços da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) no município.
Ele disse que entende o desabastecimento no final de semana por causa da cheia do Arroio Barracão, que invadiu a casa de bombas da empresa. “Mas o serviço é muito precário e é muito anterior a isso que aconteceu agora. Seguidamente alguns bairros chegam a ficar quatro ou cinco dias sem água, as vezes até mais. É preciso que a Corsan explique porque falta tanta água na cidade, prejudicando vários bairros, seus moradores e o comércio”, disse o vereador. Rafael Fantin, o Dentinho, também comentou o que aconteceu no final de semana, com cheias, quedas de barreiras, deslizamentos de barrancos e perdas materiais por parte de centenas de famílias. “Minha solidariedade a todos os atingidos pelas catástrofes, depois de terem sido duramente impactados pelo que aconteceu em setembro”, afirmou.
O vereador Agostinho Petroli tentou interpretar o impacto da fúria climática. Ele disse na tribuna que as perdas materiais, e de vidas – no ciclone extratropical de setembro, são resultado de uma conjugação de fatores. “Grande parte é culpa do poder público e vem de longa data, com a permissão de ocupações de Áreas de Preservação Permanente (APPs), licenciamento de loteamentos sem critérios e análise profunda, ou apoio às ocupações irregulares quando o governo vai lá e faz a rua e põe a infraestrutura para atender serviços diversos às famílias que irregularmente se instalaram”, afirmou. Idasir dos Santos, por sua vez, elogiou a mobilização da administração, com a Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e outras forças, para atender quem precisou de socorro. “É lamentável esta tragédia, mas somos obrigados a elogiar a pronta ação do prefeito Diogo Siqueira e todas as pessoas que se envolveram no socorro aos que precisaram”, comentou.
Nome de Ruas
IRINEU URBANO VALENTI – Nasceu em Bento Gonçalves em 12 de outubro de 1929, filho de Lourenço e Stela Bertani Valenti. Casou em 1950 com Carmem Maria Accordi, com quem teve seis filhos. Depois de seminarista, em Pelotas, foi um dos fundadores do Clube Corinthians, de Bento, e fez parte das diretorias do Clube Aliança e do Clube Esportivo Bento Gonçalves (foi vice-presidente). Na iniciativa privada, foi fundador da Metalúrgica Valenti Ltda.
FRANCISCO LUIZ CERESA – Natural de Roca Sales, onde nasceu em 11 de novembro de 1920, foi morador do bairro Progresso, em Bento, para onde mudou em 1950. Foi casado com Carolina Regina Malvessi Ceresa, com quem criou nove filhos. Ao lado da esposa, trabalhou com parreirais na Linha Zemith. Francisco Ceresa, nas horas vagas, gostava de pescar e jogar bochas, e como religioso não deixava de assistir às missas.
Dia do Mel e da Abelha
O vereador Marcos Barbosa justificou seu projeto de instituir o Dia Municipal do Mel e da Abelha, no calendário oficial de Bento Gonçalves, dizendo que se trata de “precioso alimento, repleto de vitaminas e sais minerais”, que tem na região o trabalho de aproximadamente 100 produtores.
O voto contrário foi de Anderson Zanella, argumentando que a vocação de Bento Gonçalves é a Uva, o Vinho e o turismo enogastronômico, além da produção moveleira. “Se abrirmos esse precedente, daqui a pouco vai faltar dias para tantas datas comemorativas”, afirmou.
Na Tribuna
Vereador Jocelito Tonietto – Criticou a mesa diretora da Cãmara por não conseguir nomear um terceiro assessor para seu ganie6te, quando todos os outros parlamentares tem três nomeações feitas. Por outro lado, festejou que com um nome a menos em seus quadros, sem usar diárias e nem outros recursos, “deixo por ano, nos cofres da casa do Povo, cerca de R$ 170 mil de economia. Se a finalidade é economizar, que todos os colegas passem a contar com apenas dois assessores”, recomenda.
Vereador José Antônio Gava – Comentou a proposta do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo leite, que deseja aumentar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 17% para 19,5%. “Ele tem é que reduzir secretarias e gastos públicos se quer ter dinheiro. Aumentar imposto, reajustar também o ICMS sobre a energia, sem contar que a Serra está cercada de pedágios, é um absurdo. Este governo é a maior enganação que existe. Esse aumento é uma tragédia para o nosso estado”, disparou ele.
Vereador Rafael Fantin (Dentinho) – Cobrou da administração municipal agilidade e informações completas aos pedidos de informação encaminhados pelos vereadores para a Prefeitura de Bento Gonçalves. Disse que somente do seu gabinete são 12 requerimentos, um deles sobre a contratação de psicólogos e assistentes sociais para as escolas da rede municipal de ensino. “A resposta do Executivo é que não há obrigatoriedade para estas contratações, o que contraria a legislação federal. Dos 41 cargos para psicólogos, no governo, hoje, 30 estão ocupados, e só dois atuam na educação. Não é esse o cuidado que nossas crianças precisam”, afirmou.
Vereador Agostinho Petroli – Reclamou do atraso na obra do Complexo Hospitalar no bairro Botafogo, também chamado de Hospital do Trabalhador, projeto datado de 2012. “Uma obra esperada por toda população e que continua passando por licitações, aditivos sobre aditivos, sem planejamento para conclusão e sem data prevista para inauguração. Já foram investidos mais de R$ 14 milhões naquele poço sem fundo, sem que seja informado quanto ainda será investido e quando ficará pronto”, disse.