A mais recente “crise” diplomática e de imagem do Brasil ao resto do mundo, na minha opinião, é o caso da forma como o nosso país vem enfrentando os sinais de ampla ditadura no país vizinho da Venezuela.
Assim como em outras ocasiões como o conflito com Israel quando o presidente foi declarado “persona non grata” naquele país, as farpas constantes com a Argentina do presidente Milei, os problemas já gerados ano passado na recepção ao Maduro aqui no Brasil, a crise com a Nicarágua que obrigou a retirada dos embaixadores de ambos os países mutuamente, agora o Brasil está ficando isolado do resto do mundo em não combater os sinais claros de que a Venezuela não é uma democracia.
Todos estão vendo que o ocorrido naquele país não está normal, ao contrário da fala de nosso presidente há alguns dias dizendo que “não tem nada de anormal”.
“Eu vejo a imprensa brasileira tratando como se fosse a Terceira Guerra Mundial. Não tem nada a de anormal. Teve uma eleição, teve uma pessoa que disse que teve 51%, teve uma pessoa que disse que teve 40% e pouco. Um concorda, o outro não”.
Sabe-se que o que está acontecendo na Venezuela não está normal e TODO o processo eleitoral foi anormal, NÃO SÓ O DIA DAS ELEIÇÕES. Primeiro proibindo pessoas da oposição de se candidatar, fato esse que já compromete todo e qualquer decisão posterior; depois com muitos eventos durante as eleições de dificultar acesso aos locais de votação; somando-se a isso a muitos outros cerceamentos da liberdade de expressão, proibição de acompanhamento das eleições por organismos internacionais, além de já se saber que todo o sistema de justiça está sendo “controlado” pelo presidente Maduro. Todos esses eventos estão amplamente sendo divulgados pela imprensa do Brasil e do mundo. Não são novidade, a não ser para quem não quer ver ou passar pano, como se diz.
Nosso presidente atual defendeu o regime ditatorial da Venezuela desde Hugo Chávez e, também, de Maduro. Fez até “campanha” eleitoral defendendo Maduro há algum tempo.
Recentemente, afirmou que “Venezuela vive regime com ‘viés autoritário”, mas não é ditadura”.
Todo presidente de um país que se diz democrático deveria lutar para que a democracia impere em todo o mundo, contra, portanto, ditaduras.
Todo presidente de um país que se diz democrático deveria colocar os objetivos de seu país à frente de ideologias políticas.
As atas, tanto requeridas para passar pano ao que aconteceu por lá, agora estão proibidas de serem divulgadas. E agora, o que dirão?
O Brasil está perdendo a liderança natural na américa do sul e latina por questões ideológicas e não é de agora. Além disso, nesse caso pode estar trazendo a Rússia, a China e o Irã para o quintal de casa. Isso pode aproximar nosso país de confrontos bélicos ou geopolíticos maiores no futuro.
Colocar a ideologia à frente do país nunca deu bons frutos.
Pense nisso e sucesso.