Doença infecciosa chegou a 94 casos confirmados até este sábado, principalmente na Europa. Nesta manhã, Argentina passou a investigar possível paciente

A varíola de humanos foi uma das doenças mais mortais que já existiu na história da humanidade. Estudos sobre múmias sugerem que ela já estaria circulando há pelos menos 3 mil anos. No século 20 é estimado que cerca de 300 milhões de pessoas faleceram por conta dela. Atualmente, a varíola de humanos é considerada como erradicada, graças a uma campanha mundial de vacinação, em 1980.

Neste mês, uma variação do patógeno, chamado de varíola dos macacos, chamou a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS) por conta do número de infecções que ela causou em humanos. Até sábado, 21 de maio, 94 casos foram confirmados e mais 28 suspeitos em 15 países que geralmente não possuem relatos do vírus.

Essa variação da doença é comum na África, onde é considerada endêmica em algumas regiões, como a Ocidental e Central. Entre os países que registraram infecções recentes, os Estados Unidos se mostraram preocupados com os casos, que de acordo com o presidente Biden, “teria consequências” caso se espalhasse.

Na manhã desta segunda-feira, 23, a Argentina revelou que estuda um caso suspeito da doença. No Brasil, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que a varíola “ainda não é um motivo de preocupação real”. Essa resposta de Queiroga veio neste domingo, 22. Ele também afirmou que enquanto participará de uma conferência da OMS, ele irá ressaltar a ampliação a novos medicamentos antivirais.

Conheça mais da doença

Para termos de comparação sobre a taxa de mortalidade da doença, a varíola de humanos era mais mortífera, com 30% de mortes em casos de infecção. Já a variante dos macacos, na sua via mais perigosa, mantém cerca de 20%. A mais branda registrada atualmente fica em torno de 1%, podendo chegar até 10%.

A transmissão do vírus é menos contagiosa do que, por exemplo, o coronavírus. Ele transmite mais facilmente entre animais e encontra certa resistência para ir de um humano a outro. Ainda não há um consenso entre a comunidade médica sobrea transmissão dos casos atuais, mas acredita-se que seja por contato próximo e troca de fluidos corporais.

No que diz respeito aos sintomas, a varíola pode ocasionar febre, desconforto corporal, fadiga, dores musculares e de garganta. Dentre os quadros de saúde, o que mais chama a atenção são as pústulas cutâneas, conhecidas bolinhas na pele, que deixam cicatrizes visíveis nos pacientes. O período de incubação da doença é de, aproximadamente, 7 a 14 dias, podendo chegar a 21.

Não há um tratamento específico para a varíola do macaco, mas pessoas com mais de 55 anos, que se vacinaram na época da erradicação da versão em humanos, apresentam maior resistência ao vírus. Os tratamentos para os pacientes são paliativos, focando em controlar os sintomas, mas sem combater diretamente o vírus.    

Foto: Wikipedia/domínio público