Economista explica que outro motivo a ser considerado é o da oferta e demanda, pois assim o preço da gasolina oscila, mesmo em cidades próximas
Após o novo anúncio da Petrobras desta semana, divulgando uma nova redução de R$ 0,18 no preço da gasolina, os valores nas bombas dos postos já estão em queda. Não é preciso ir muito longe, entretanto, para notar uma grande diferença no preço dos combustíveis, entre uma cidade e outra.
De acordo com o economista e professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS), Romário de Souza Gollo, a discrepância no preço da gasolina, mesmo entre cidades do mesmo estado, pode ser explicada por dois fatores preponderantes. “A variação dos tributos e a questão logística que altera o valor do frete. Outro motivo que deve ser considerado está relacionado à oferta e demanda, pois quando há poucos ofertantes e muitos demandantes, os preços podem ser estabelecidos em patamares mais elevados.
Nesse caso, o contrário também é verdadeiro. Assim, o preço da gasolina pode oscilar, mesmo em cidades próximas, geograficamente”, explica.
Em relação às diferenças entre unidades federativas, os números se tornam ainda mais distantes. “Quando se trata do preço da gasolina em estados diferentes, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) pode ser a variável mais impactante, pois sendo um imposto estadual, a variação do preço pode estar muito relacionada com isso”, esclarece.
Etanol mais caro que a gasolina
O etanol, que há pouco tempo costumava ser mais barato que a gasolina, não cumpre mais esse papel. Atualmente, em Bento Gonçalves, a média de preço do álcool está mais cara. “O motivo pode ser explicado pelas sucessivas reduções do preço da gasolina, na refinaria. Esse fato foi evidenciado nos últimos meses. O preço do etanol, por sua vez, sofre a ação logística, pois mais de 99% do que é consumido no Rio Grande do Sul vem de outras regiões. Assim, o custo do frete se torna um elemento preponderante para o alto preço do produto”, salienta Gollo.
Na comparação entre outros estados, o custo do etanol pode se apresentar ainda mais baixo. “Se percebe que o sudeste e centro-oeste do Brasil apresentam um preço menor do produto, pois são nessas regiões que está concentrada a maior produção. Portanto, como a questão logística influencia sobremaneira no preço final de um determinado produto, explica a divergência de preço entre estados ou regiões”, observa o economista.
Reduções consecutivas no preço da gasolina
Após uma séria de aumentos sucessivos no preço da gasolina, que a fizeram chegar a R$7 na Capital do Vinho, três reduções consecutivas dos valores faz os consumidores comemorarem. O economista garante que a razão das reduções do preço da gasolina é explicada pela evolução dos preços de referência, que é uma prática da Petrobras. “No sentido de equilibrar os preços de acordo com o mercado global.
Entretanto, com relação aos demais preços internos, mesmo considerando a volatilidade conjuntural, como a taxa de câmbio e as cotações internacionais, não estão contemplados com tais repasses”, sublinha.
Em Bento Gonçalves, a última pesquisa de preço dos combustíveis, até o fechamento desta edição, foi realizada em 17 de agosto. Nela, o menor preço praticado por postos de gasolina da cidade é de R$5,25, e o maior, é R$5,59. Já o valor médio se resume a R$ R$ 5,47.
O etanol pode ser encontrado por, no mínimo, R$ 4,99 e, no máximo, R$ 6,09.