Lalalala lalalala lalalalalalalalala ê. Silvio Santos, vem aí! No último sábado, nos despedimos do rei da televisão brasileira, que por muitos anos nos inspirou e ensinou na TV aberta, especialmente aos domingos. A lição deste homem e seu legado vai muito além de uma história de superação e sucesso, mas de liderança enquanto ser humano. A humildade e o sorriso no rosto, sem sombra de dúvida, foram marcas de sua existência. Mesmo diante da aposentadoria, sair de cena de fininho foi o que fez. Mesmo em seu falecimento, sem homenagens, com discrição, sem holofotes. Ainda assim, um grandioso reconhecimento. Seus jargões, seu modo de rir e brincar com as pessoas, sua bondade, seu trabalho árduo, sua educação rígida para com as filhas ao igualá-las às demais pessoas, nunca as tratando como as filhas de um bilionário. Muito a aprender com ele. Exemplo. Silvio Santos marcou não só a história da televisão brasileira, mas deixou um legado de humanidade infinito. Entre jogar aviãozinho de dinheiro, fazer piadas, sortear a Tele-Sena, indicar a emissora concorrente ao vivo, tocar o Baú da Felicidade, abrir as Portas da Esperança, vender Jequiti, entreter o público com Qual é a música?, ele se mostrou o maior ícone da TV brasileira que, além de seus programas, também oferecia desenhos, Chaves e Chapolin, novelas mexicanas, Ratinho e usava da espontaneidade para se expressar.

O eterno Silvio vai ficar na memória dos brasileiros; a sua risada penetrou em nossa mente, o microfone pendurado no pescoço, o terno preto, enfim.

O caráter e a gentileza não se equiparam a ninguém. Não há ninguém que fale mal de Silvio. Não há dinheiro que substitua as relações que construiu.

Silvio foi maior que a morte. Ele foi eterno em vida ainda. Sua imortalidade fica quando o corpo se vai na finitude da vida. Seus seguidores de princípios e valores permanecem. Seus imitadores o tornam ainda mais vivo e admirado.

93 anos bem vividos. Sorrindo depois de um sequestro. Recomeçando depois da viuvez. Ele nos deixou no sábado para encerrar o ciclo como quem encerrou a semana e descansou, porque domingo era dia dele estar no ar. Por mais que tenha inspirado vários, como Gugu, Portioli, Carlos Alberto, Raul Gil, Angélica, Lívia Andrade, Maísa, Larissa Manoela, Eliana, seu trono nunca encontrará substituto.

Trabalhou por mais de sessenta anos diante dos holofotes, sem perder a modernidade e a referência.
Expôs seus preconceitos, seguindo o próprio script baseado na autenticidade.

Transformou o sofá das casas, o ex-camelô.

Um dos homens mais ricos do Brasil, deu aula sobre humildade e trabalho duro.

Não houve nenhum tipo de despedida, já que sempre o aguardávamos retornar. Quando perguntava:
— Você está certo disso? era pra lembrar que nunca, no fundo, ninguém está.

As cortinas se fecharam, o aviãozinho não decolou, quem saiu de cena foi o homem mortal, mas o Silvio Santos não morre jamais, fica para a eternidade.

“Do mundo não se leva nada, vamos sorrir e cantar!”.