O poder público, prevê uma correção de 7,5% no valor do salário mínimo e das aposentadorias do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) em 2017. Entretanto, os economistas do município garantem que essa medida não é suficiente.
Em função da decisão do Governo Federal de propor que o salário mínimo, que serve de referência para mais de 48 milhões de pessoas no Brasil, suba dos atuais R$880 para R$ 946 a partir de janeiro de 2017, os economistas de Bento Gonçalves comentam as dificuldades em viver com a quantia determinada e qual a relação da Inflação com o aumento definido para o próximo ano.
Jací Tasca, professor da Universidade de Caxias do Sul e Imerio Corbelini, consultor, concordam que os cálculos feitos pelo Governo são errôneos e a inflação faz com que o trabalhador tenha uma falsa impressão de ganho no salário mínimo.
Mínimo deveria ser de R$ 3.736,26
A lei que criou o salário mínimo foi assinada em 1936, pelo então presidente Getúlio Vargas. A legislação definiu o valor como a remuneração mínima devida ao trabalhador, capaz de satisfazer suas necessidades de alimentação, vestuário, habitação, higiene e transporte. Porém, segundo o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor, hoje, está longe disso.
Em março, por exemplo, o Dieese calculou que o salário mínimo ideal para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 3.736,26. O valor é 4,25 vezes o salário atualmente em vigor.
A fórmula para calcular o reajuste do salário mínimo considera a inflação e a variação do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas do país, de dois anos anteriores. Porém, como o PIB do Brasil encolheu 3,8% em 2015 e deve encolher também em 2016, o reajuste deve cobrir apenas a inflação.
O salário mínimo no próximo ano deve chegar a R$ 946, valor que consta do projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2017, enviado no dia 15 de abril, pelo governo ao Congresso Nacional.
Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário deste sábado, 30 de abril de 2016.