Reunião com primeiro grupo ocorreu nesta segunda-feira, 7 de dezembro e na quarta-feira será com um fundo de investimentos americano
Vivendo um de seus melhores momentos na história do país, o setor vitivinícola brasileiro esbarra num problema que não é novidade, mas que diante do aumento do consumo de vinhos durante a pandemia se agravou, comprometendo as vendas e, com isso, prejudicando tanto a indústria quanto o consumidor de vinhos. A falta de garrafas de vidro está impedindo que grande parte das vinícolas cumpram suas entregas e até mesmo consigam envasar vinhos, espumantes e suco de uva que estão prontos para ir ao mercado. Cumprindo seu papel de defender os interesses de seus associados, a Uvibra vem atuando fortemente na busca de investidores com a intenção de trazer para o Rio Grande do Sul, onde se concentra 90% da produção nacional, uma nova fábrica de vasilhames.
A primeira reunião, fruto deste trabalho, ocorreu nesta quinta-feira, 03, com um grupo de empresas que têm interesse no investimento na Serra Gaúcha, diante da existência de dutos de gás na região e da facilidade logística por estar junto ao maior polo de produção vitivinícola do Brasil. Agora, a Uvibra vai trabalhar para levantar dados precisos sobre demanda, por exemplo, para dar andamento às tratativas. Da Uvibra, participaram do encontro via plataforma zoom, o presidente Deunir Argenta, além de Danilo Cavagni e Hermínio Ficagna. Representando as empresas, Edson Rossi da Vidroporto e Renato Massara, da Wheaton, ambas de São Paulo, e Mauro Martini da gaúcha Lavras Mineral.
Paralelo a isso, a Uvibra também conta com o apoio do Governo do Estado, que designou o Secretário da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Covatti Filho, para ajudar na viabilização de parceiros. A interlocução entre a Uvibra e a Secretaria está sendo feita por Davi Da Rold. O resultado já se confirma em uma reunião que está agendada para a próxima semana com um fundo de investimentos americano. “O problema é sério. Mesmo quando o setor estava estagnado já faltavam garrafas. Chegou 2020, um ano adverso. No início, a pandemia trouxe a insegurança do que estava por vir. Tivemos a ‘Safra das Safras’ e depois, favorecidos por diversos fatores, vimos o consumo dos vinhos nacionais despontar. E mesmo sabendo que este problema continuará, já fomos informados de que 2021 inicia com aumento no preço dos vasilhames, além de saber que a demanda continuará não sendo 100% atendida. Ou seja, dinheiro não resolve o problema”, lamenta Argenta, lembrando que a prioridade dos fornecedores é o setor cervejeiro, onde estão concentrados os grandes volumes. Enquanto isso, as vinícolas brasileiras se obrigam a importar garrafas da Argentina e do Chile, aumentando o custo final do produto em razão da alta do dólar, do frete em razão do distanciamento, além da demora na entrega.
Mesmo o assunto avançando e tendo definições rápidas e satisfatórias, tanto burocráticas quanto operacionais, uma nova fábrica de garrafas de vidro levaria cerca de 2 anos para ser construída e entrar em operação.
Fonte e foto: Ascom Uvibra