Na edição de sábado, 16 de abril, o Jornal Semanário contou a história da Associação Anjos Unidos, que cria equipamentos para locomoção de pessoas com deficiência, e um dos beneficiados com o projeto de Alcindo Riviera é Ângelo, filho de Arlete Giordani e Daniel Pertile.
“Quando soube do diagnóstico fiquei sem chão, sofri de depressão durante seis meses e hoje nós temos certeza que o Ângelo é um anjo que nos foi enviado para mostrar o real valor das coisas e também que a felicidade se encontra nos detalhes mais simples”. É assim que Arlete resume um pouco da sua vida e da sua trajetória nestes últimos 11 anos. Ela é mãe do Ângelo Giordani Pertile, um menino que nasceu no dia 28 de janeiro de 2005 com paralisa cerebral espástica.
Contando sua história por meio de um rascunho escrito à mão, a mãe disse que preferia se distanciar desta maneira da função de contadora de memórias. “Eu me sinto mais a vontade escrevendo, me emociono muito fácil e a história é de uma grande superação, prefiro assim”, afirma.
Ela relata que com 32 semanas, depois de uma gestão tranquila, o bebê não se mexia mais. “Ele simplesmente parou e quando percebi fui atrás da minha ginecologista, que me encaminhou direto para o hospital e lá mesmo eles me levaram para uma cesárea de emergência. Ninguém me falava nada, mas eu sabia que havia acontecido algo”, comenta. Ângelo nasceu com 1,7kg e 44cm, e este nome foi escolhido por significar, segundo eles, “anjo mensageiro”. O pequeno ficou 30 dias na UTI neonatal e só depois que Arlete descobriu o que tinha acontecido. “Os médicos só sabiam me dizer que minha placenta tinha infartado, o que impossibilitou meu filho de receber oxigênio. Mas depois daquele um mês, Ângelo sofreu uma convulsão e, a partir daquele dia, ele passou mais 10 se submetendo a exames e foi constatada, então, uma lesão irreversível no cérebro”, acrescenta.
Foi em casa, depois de 40 dias de internação, que os pais perceberam o quão difícil seria lidar com a situação de ter um filho portador de deficiência. “Com o passar do tempo, fomos descobrindo que além de não ter a visão, nosso filho não teria coordenação motora, deglutição e nem iria desenvolver a fala”, acrescenta Arlete. A necessidade de procurar ajuda veio quando descobriram que sozinhos não conseguiriam cuidar e dar todo suporte para o filho. “Nós precisaríamos de alguém que trabalhasse com crianças especiais, foi então que começamos a pedir ajuda para associações. Fomos à APAE, à Associação de Deficientes Visuais e à Associação dos Deficientes Físicos, e foi então que consegui entender que meu filho me escolheu e esse sentimento é mais forte do que sempre pensei”, lembra.
Ângelo recebe os melhores tratamentos para crianças com deficiência, ele faz fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, faz quiropraxia, hidroterapia e ecoterapia. E foi na terapia com os cavalos que a família conheceu os Anjos Unidos. Uma notícia de que os pacientes receberiam uma escada adaptada (para que pudessem subir com mais facilidade ao cavalo) alegrou a todos. “Fomos convidadas (eu e algumas mães) a conhecer a Anjos Unidos, que foi quem doou a escada e melhorou a vida dos nossos filhos. Não esqueço quando o grupo conheceu meu filho, ficaram encantados com o sorriso que ele tem. Nesta hora, surgiu a ideia de criar um aparelho de locomoção vertical e que recebe o nome de ‘Ângelus2801′ em homenagem à ele”, completa Arlete.
Foi graças a esse aparelho que Ângelo conseguiu se locomover verticalmente e ir à praia. “Não há palavras para descrever a emoção que sentimos, a alegria em ver meu filho sorrindo me completou”, alegra-se.
Agradecida de todas as ajudas que recebem e feliz com a vida que tem hoje, Arlete salienta a alegria que é ter Ângelo em sua vida. “Hoje posso dizer que tenho o maior orgulho de ser mãe do pequeno ‘anjo mensageiro’, que me ensinou tudo o que sei sobre o verdadeiro e incondicional amor”, finaliza.
Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário deste sábado, 23 de abril de 2016.