Jane Krüger
Vivemos dias de incrível avanço tecnológico. Nunca antes as coisas se desenvolveram tão rápido, mal compramos um novo equipamento com a mais alta e desenvolvida inteligência e outro produto ainda melhor já está sendo oferecido. Apesar do homem jamais antes ter tido acesso à tanta informação e ter o conhecimento à distância de um simples click, em nenhum momento anterior da história a humanidade viveu tamanha solidão, angústia, depressão, ansiedade e vê de maneira assustadora, dia-a-dia, os transtornos mentais se desenvolvendo como praga.
Estamos saturados de recursos, porém, nos sentimos vazios, perdidos, carentes de emoções e experiências que satisfaçam. Apesar de termos tanto, parece inacreditável, mas a nossa vida parece não fazer mais sentido. Nos sentimos pobres, perambulamos como miseráveis no âmago da alma.
É de apavorar, mas conseguimos desenvolver a capacidade de criar máquinas mais inteligentes do que nós, todavia, nos destituímos do maior dos ofícios, perdemos a Arte de Viver.
Achamo-nos rodeados de aparatos tecnológicos e temos acesso a milhares de novas informações a cada segundo. Além de estarmos conectados quase vinte e quatro horas por dia, nos tornamos de certa maneira dependentes destas novas ferramentas e pouco a pouco, sem nos darmos conta, temos perdido o que temos de mais valioso. Temos nos desconectado de nós mesmos. Temos esquecido a nossa essência.
Perdemos a visão. Danificamos a capacidade de enxergar as coisas mais importantes da vida: as simples. Buscamos na complexidade o sentido, nas inovações, inspirações.
Ouvimos tantas coisas, tantas vozes que nos tornamos insensíveis, surdos às vozes humanas. Em meio ao consumismo exacerbado, percebemos horrorizados, fomos hipnotizados e nos vemos atordoados. Não sabemos para onde ir, para quê olhar, aonde buscar. São tantos caminhos, tantas opções que simplesmente saturamos, nos fatigamos.
Chega um dado momento que nada mais serve, coisa alguma sacia, nada ais preenche e facilmente perdemos a vontade de viver. Temos visto um número alarmante de suicídios, principalmente entre nossos jovens e adolescentes. Crianças tiram suas vidas e tudo parece normal na loucura da vida que vivemos.
Perdemos a capacidade de refletir, de sentir, de amar, de se entregar, de se doar. Desaprendemos a capacidade de suportar. Desaprendemos, sim, nós perdemos a habilidade de viver.
Perdemos a habilidade de apreciar as maiores belezas da vida, tais como, rir com uma criança, apreciar um belo pôr-do-sol, ter a satisfação de sentir o cheiro da chuva misturada ao pó ou a grama recém cortada, se entregar numa conversa com um idoso e dele extrair a sabedoria adquirida
ao longo dos anos.
Contudo, corremos todos os dias atrás de tantas coisas e compromissos urgentes, esquecendo do que é mais importante. Diante disso, lhe direi: decida hoje atentar às coisas que realmente importam, que fazem a sua existência valer a pena e entregue-se à maravilhosa Arte de Viver Plenamente valorizando as coisas simples, todavia tão essenciais à vida.