Graças ao auxílio da comunidade, Willian R. Pires foi para a Tailândia para um tratamento com células-tronco e, três meses após o processo, melhoras já são visíveis
Apesar da timidez, um sorriso largo, espontâneo e de esperança de Willian Rocha Pires afirma que tudo, aos poucos, está se encaminhando para notícias ainda melhores. O jovem, de 18 anos, tem boas notícias para compartilhar após um tratamento de células-tronco na Tailândia, que só foi possível graças ao auxílio de toda a comunidade.
No mês de outubro do ano passado, Willian, acompanhado da mãe Rejane e da irmã Bruna, atravessou o oceano para em Bangkok, na Tailândia, ser submetido a um transplante de células-tronco. A luta incansável para angariar fundos para o tratamento não foi em vão e, com a ajuda da comunidade, através de doações em pedágios, rifas, jantares e depósito bancário, cerca de R$ 170 mil foram arrecadados e a viagem foi concretizada. “Ela só foi possível graças a ajuda de toda comunidade, de Bento, mas de outras cidades também. É uma alegria ver que cada um que ajudou faz parte desta melhora”, lembra a mãe.
Do medo à realidade
O embarque aconteceu mais precisamente no dia 13 de outubro. Naquele instante, um misto de ansiedade, medo e esperança começou a aflorar, já que tudo, naquele momento, parecia incerto. “Fomos muito ansiosos, pois tudo foi resolvido e concretizado por trocas de e-mail. Tínhamos medo de chegar lá e talvez ser um golpe, ou algo deste gênero. Foi a maior expectativa quando o avião aterrissou e vimos que tinha uma pessoa nos esperando. A partir daquele momento começou a cair a ficha de que aquilo estava acontecendo, que era real”, comenta Rejane.
Ao longo de todo o processo, foram oito aplicações de células-tronco. “Antes de cada uma eram feitas sessões de fisioterapia intensiva, depois ele ia para as células-tronco. Além disso, fazia hidro, fisioterapia solo, acupuntura, entre outros. Foram dias intensos”, revela.
Os avanços
De acordo com a mãe, as melhoras já são visíveis e cada pequena conquista é uma comemoração. “Antes do tratamento ele ficava em pé, por que não conseguia dar os passos. Os joelhos encostavam um no outro, o quadril era jogado para um lado, e a mão direita bem atrofiada. Em um certo dia, Willian se queixou que estava com dor na mão e a minha filha disse: ‘mãe, olha a mão dele!’. Naquele momento vimos que a mão dele estava diferente, mais aberta e naquele instante percebemos que estava dando resultado”, comemora.
Após a volta, outras melhoras já são notadas e de forma significativa. “Ele ficava na pontinha dos pés. Agora, a perna direita está abaixando bem mais, encostando no chão, a esquerda ainda fica um pouco com o calcanhar erguido. O joelho já não está tão grudado como era, o quadril está com bastante postura, praticamente alinhado. Para caminhar precisávamos ajudar, com muita força para se locomover, agora já não precisa tanto, vai de forma mais leve”, esclarece.
Atualmente ele faz fisioterapia, mas a mãe ainda ressalta que Willian deve continuar com um tratamento de forma mais intensa para que as células se regenerem cada vez mais. “Tem que continuar com a fisioterapia, pois a célula, por seis meses, está regenerando, quanto mais exercício ele fizer, mais vai trabalhar na área que precisa. Passado esse período de seis meses, ela ainda estará se regenerando, mas mais fraca. Então, temos que ativar bastante nestes primeiros seis meses para regenerar”, avalia.
Para que isso seja possível, Rejane não para de pesquisar e de tentar encontrar formas para ajudar cada vez mais. “A gente foi para lá, atravessou o oceano, com medo de tudo, e deu certo. Então, aqui, temos que fazer algo para estas células se regenerarem e dar cada vez mais resultados. Penso que tem muita coisa ainda pela frente, foi um pequeno passo e um grande avanço, mas essa luta continua”, indica.
Agora, uma nova batalha
Apesar do tratamento já estar surtindo bons resultados, a caminhada não para por aqui. Para que a melhora seja contínua, Willian, agora, deve fazer fisioterapia intensiva, a manutenção deste tratamento. Entretanto, para que isso seja possível, como as sessões são caras e ele necessita de muitas por semana, a família pede, mais uma vez, o auxílio da comunidade. Por isso, muitas ações estão sendo programadas. A primeira delas será a arrecadação por meio de um pedágio solidário que acontece no sábado, 25, na praça Vico Barbieri.