Está lá na Declaração Universal dos Direitos Humanos (proclamada em 10 de dezembro de 1948), no artigo primeiro, logo na primeira parte: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”.

Quanto a isso não há dúvida, aliás, nunca houve, embora tenha sido declarada somente há 71 anos, e, pasmem, ainda há quem desumanamente defenda o contrário.

Na vida, portanto, sermos humanamente iguais é fato; fazermos a diferença de forma positiva na vida das pessoas… não, isto também não nos torna diferentes, mas especiais.

Geralmente, essas pessoas especiais são dotadas de uma certa liderança, conseguem compreender, decifrar o enigma mais difícil que existe, o ser humano.

Aliás, se hoje respiramos o progresso e o desenvolvimento em nossa terra, estas castas, cantadas em nosso hino, são frutos das nossas lideranças.

Estou a me referir às lideranças “raiz”, não àquelas tidas “nutella” ou “fake”, de dar inveja a papagaio de pirata, como dizem os jovens de hoje, e tão pouco aos “falas-mansas”, fantasmas do sucesso alheio, pseudomecenas que estendem a mão, mas colhem para si próprios com os dois braços.

Refiro-me com louvor às lideranças cujas raízes nasceram lá pela década de 20, 30, 40, 50, as quais souberam fazer história e não apenas passar pela história.

Seja na política, na indústria, nos serviços, no comércio, no transporte, no turismo, sim, são estes mesmos nomes que agora, caro leitor, ao leres este parágrafo, lhes surgem à mente.

Nem todos tinham estudo, nem todos tinham recursos, nem todos tinham tudo, muitos tinham nada, senão a vontade de fazer a diferença – e assim conseguiram.

Grande parte já partiu, infelizmente, mas é a lei da vida. A finitude é aqui, a vida eterna não somente tem lógica humana, pois divina que é, requer ir além.

Gratidão e a responsabilidade de darmos continuidade à “cocanha”  – paraíso da abundância –  que construíram calcados nos ideais de seus ancestrais;  de realizarmos novas façanhas, de igualmente servirmos de modelo às novas gerações, nada mais justo.

Pois recebemos este legado gratuito, sementes especiais para germinar novas lideranças com a essência raiz e exemplo às lideranças atuais.

E no coração, restará sempre a saudade do sorriso largo, carismático e verdadeiro como cartão de visita, a simplicidade como valor e a lembrança dos cabelos fofos de algodão…

Vamos em frente!

Clacir Rasador