O transporte público, necessário para a locomoção de grande parte da população de Bento Gonçalves, é motivo de elogio dos usuários, pela infraestrutura. Entretanto, desde que iniciou a pandemia, há uma reclamação em comum: a redução da quantidade de horários disponíveis.
Para a dona de casa Márcia Rosseto, a questão de horários para locais como São Roque e Linha Eulália deveria passar por alterações, pois há muita procura por parte dos passageiros e pouca demanda das empresas. “Em questão de qualidade de ônibus a gente está bem, comparando a muitas cidades a nossa é um paraíso”, pondera.
Márcia acredita que ter menos veículos disponíveis em virtude da pandemia é contraditório. “Em bandeira vermelha tem que ter menos gente, mas o que vemos é o ônibus cheio”, conta.
A secretária Jurema Salles está parcialmente satisfeita. “Poderia ter mais horários no meu bairro, o Fátima. Eu chego aqui (na parada) às 15h e tenho que esperar até 16h10min”, aponta.
A dona de casa Laudelina Guedes também precisa ficar esperando quase duas horas no Centro, com o filho que é autista. Além disso, recentemente ocorreu uma situação inusitada. “Preciso trazer ele no fonoaudiólogo e psicólogo. Temos um cartão de acessibilidade, e certo dia o motorista disse que era para o meu filho passar, e na minha vez não passava. Ele (o motorista) me mandou passar por baixo. Liguei na empresa e não o vi mais no ônibus, não sei o que aconteceu, mas tive que reclamar”, lamenta.
Quem também não está satisfeita é a enfermeira Mariana Lucas, pelos poucos horários e superlotação. “De manhã, todo mundo que trabalha, vem no mesmo transporte. Chego todos os dias 20 minutos atrasada no serviço. O ônibus sai 6h30min e chega no Centro entre 7h15min e 7h20min”, frisa.
O que diz a Segimu?
Segundo a Secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana (Segimu) não há legislação que regulamente o transporte coletivo em Bento Gonçalves. “Estamos construindo um projeto de lei, que será enviado ao Legislativo”, garante o secretário, Marcos Barbosa.
A pasta é responsável por realizar a fiscalização. “As reclamações são relacionadas aos itinerários. A grande maioria é repassada para as empresas e as mesmas sempre nos retornam, prontamente, resolvendo as situações”, relata.
Em busca de melhorias
Segundo o diretor operacional da Transporte Santo Antônio, Leonardo Giordani, a média de passageiros por mês é de cinco mil, e durante a pandemia, a frota está trabalhando com 80% da capacidade. “O número é bem dinâmico, principalmente pelas bandeiras por região”, destaca.
Na pesquisa de satisfação da Organização Internacional de Normalização (ISO), a nota alcançada pela empresa foi de 7,45 sobre 10. “É boa, porém, somos sabedores, e temos por princípio, que sempre devemos e podemos melhorar a prestação do serviço”, ressalta.