A 16ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) emite o alerta. As escolas estaduais de Bento Gonçalves estão sofrendo com a presença de drogas e situações de violência são registradas diariamente. Um reflexo do momento conturbado da sociedade atual. Para a Coordenação Pedagógica, o problema não pode mais ficar por baixo dos panos. É hora dos órgãos responsáveis se mobilizarem, a comunidade reagir e os pais se aproximarem do ambiente escolar. Ou o futuro poderá ser ainda mais tenebroso.
O consenso entre os órgãos responsáveis é que os papéis se inverteram. As escolas acabaram se tornando um local seguro para o tráfico de entorpecentes. “Não temos uma escola que não tenha alguma situação destas. O número de alunos usuários aumentou e agora existem traficantes lá dentro. Se tornou um lugar seguro para que aconteça (a prática criminosa). Nossa movimentação em conjunto é para tentar neutralizar ao máximo e transformar a escola novamente em lugar seguro para os bons. Para inibirmos este tráfico e o uso de drogas, ou ninguém mais vai segurar”, relata a assessora pedagógica da 16ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE), Rosane Machado.
Até o ano passado, a situação era considerada administrável, porém, o número de situações graves aumentou nos primeiros meses letivos de 2016. Em uma situação tragicômica, as assessoras pedagógicas afirmam que a situação é tão complexa que, às vezes, parece que só falta a sirene e a farda policial para elas. “Não paramos de correr atrás. O que chega para nós são situações emergenciais. Em um dia temos um aluno com uma arma branca na sala, depois, precisamos falar com um pai para transferir um aluno por questão de segurança, pois uma gangue está ameaçando e agredindo o seu filho. Em outra situação uma menina de 13 anos demoliu um banheiro”, enumera Rosane.
Para aqueles que pensam que estas situações de violência são exclusivas de alguma escola ou bairro, a 16º CRE trata de desmentir. “É um problema que se estende por toda a rede escolar. Antes trocávamos o aluno de escola para tentar solucionar um problema, mas hoje não adianta mais. A droga está em todas as escolas. Este aluno perseguido por uma gangue, por exemplo, pertence justamente a escola mais solicitada pelos pais no momento da inscrição”, corrobora Anaci Salton, também assessora pedagógica da 16ª CRE. De acordo com as profissionais, até pouco tempo a ação tomada nestes tipos de situação era a troca de educandário, entretanto, com a expansão do problema, esta deixou de ser uma opção viável.
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