Agentes de pesquisa do IBGE deram início à segunda fase da prova piloto do Censo Demográfico 2020, que vai visitar cerca de 5 mil domicílios em áreas urbanas e rurais de 53 municípios distribuídos em 14 estados do país. Nessa etapa, que vai até 5 de abril, serão testados os fluxos de trabalho dos recenseadores e novas tecnologias de coleta de dados. Em fevereiro, o IBGE realizou a Pesquisa do Entorno, que levantou a infraestrutura urbana dos municípios, para facilitar o trajeto e a logística dessa operação.
Durante as visitas, serão aplicados questionários para avaliar o tempo de resposta e a compreensão do informante sobre às perguntas, como ressalta o gerente técnico do Censo Demográfico, Luciano Tavares. “É importante validar as perguntas na prática porque, em muitas situações, a resposta que esperamos obter é diferente”. Tavares diz também que, para garantir a diversidade da amostra de um Censo, os municípios escolhidos são de diferentes portes.
O IBGE também vai testar outras formas de abordagem, como a entrevista por telefone e o autopreenchimento pela internet. “Embora a entrevista presencial seja prioridade, nem sempre ela é possível. Por isso vamos experimentar um modelo confiável de preenchimento online, tendo como suporte a central de atendimento, pela qual o informante também poderá responder ao questionário”, explica Tavares.
Outra finalidade do teste é capacitar a própria rede de coleta das unidades estaduais do IBGE, mediante avaliação dos dispositivos de coleta e dos programas de capacitação. Nesta operação, mais de 200 profissionais entre agentes de pesquisa, supervisores e coordenadores estarão envolvidos nas visitas.
No Rio Grande do Sul, os municípios de Porto Alegre, Lajeado, Palmares do Sul, Estrela e Mostardas vão receber os testes.
Agentes vão percorrer comunidades indígenas e quilombolas
Assim como na primeira prova piloto, nos meses de agosto e setembro do ano passado, os agentes vão visitar comunidades indígenas e quilombolas, com o objetivo de captar informações específicas sobre a logística de coleta nesses locais. Para tanto, foram escolhidas povoações com características como diversidade étnico-linguística, presença de etnias de recente contato e alto percentual de não falantes de português no domicílio.
“O intuito é ter uma visão de toda a mobilização que envolve a visitação nesses locais, como a negociação de permissão para entrar nas comunidades, o recrutamento de guias e intérpretes, o percurso, que, muitas vezes, só é feito por barco ou helicóptero e pode durar dias”, descreve Tavares.
Fonte: Agência IBGE Notícias
Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias