O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou, na quarta-feira, 27, que a taxa básica de juros da economia sofrerá elevação de 1,5%, subindo dos atuais 6,25% para 7,75% ao ano. A decisão pegou de surpresa o mercado financeiro, que esperava uma atualização que chegasse aos 7,5% ao ano. De acordo com o Copom, a instabilidade no mercado provocada pela decisão de mudar o cálculo do teto de gastos fez o BC aumentar ainda mais o ritmo de aperto monetário. Na avaliação do órgão, os acontecimentos recentes elevaram o risco de a inflação subir mais que o previsto, justificando a alta dos juros.
Além disso, o órgão informou que a previsão é de novo aumento na próxima reunião do comitê, elevando em mais 1,25%. “Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o Comitê avalia que recentes questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação, aumentando a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico”, afirma nota.
Este é o índice mais alto da taxa desde outubro de 2017, quando chegou a 8,25% ao ano. Esse foi o sexto reajuste consecutivo na taxa Selic. Esse foi o maior aperto monetário em quase 20 anos. A última vez em que o Copom tinha elevado a Selic em mais de 1 ponto percentual tinha sido em dezembro de 2002. Na ocasião, a taxa tinha passado de 22% para 25% ao ano, com alta de 3 pontos.
Foto: Marcello Casal Jr / Agência Brasil