Preços de itens típicos estão em média 0,9% mais caros que em 2017
Com o cenário eleitoral definido e a expectativa de que R$ 13,7 bilhões sejam injetados na economia do RS a partir do pagamento do 13º salário, os supermercados gaúchos já iniciaram a preparação de suas lojas para a chegada daquele que tradicionalmente é o melhor período de vendas do ano, as festas de Natal e Ano-Novo. Para entender as expectativas de vendas dos supermercadistas e a intenção de compras dos gaúchos para as festividades, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) encomendou estudo ao Instituto Segmento Pesquisas, que ouviu 20 empresários do setor e 200 consumidores de ambos os sexos, e de diferentes classes sociais e faixas etárias em todo o RS. Os resultados do levantamento, divulgado nesta terça-feira, 6 de novembro, pelo presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, mostram que 92,3% dos consumidores gaúchos pretendem realizar compras em supermercados para as festas de fim de ano, o que impulsiona uma projeção otimista de crescimento de 3,6% nas vendas do setor, na comparação com o Natal e Ano-Novo de 2017. Segundo Longo, os caixas dos supermercados deverão absorver cerca de 20% (ou R$ 2,7 bilhões) do 13º dos gaúchos, sobretudo em compras de itens típicos para as festas, como aves natalinas, bombons, espumantes, lentilha, bebidas e presentes.
Os números da pesquisa indicam uma pequena retomada do setor supermercadista nas vendas e apontam, ainda, que os preços de produtos típicos de Natal e Ano-Novo estarão em média 0,9% superiores aos praticados nas festas do ano passado. “Percebemos um clima crescente de compartilhamento entre familiares e amigos, que buscam cada vez mais reuniões e confraternizações em grupos nas ceias de Natal e Réveillon, dividindo custos e garantindo uma grande festa”, detalha Longo. Segundo os números do Instituto Segmento, cada gaúcho vai presentear em média seis pessoas do seu convívio, oportunizando ao varejo a comercialização de produtos mais acessíveis. “Quanto maior é o número de pessoas presenteadas, mais cresce a procura por presentes mais baratos. Neste cenário, os supermercados ganham a preferência, por oportunizarem conveniência, facilidade de pagamento e opções de presentes com menor preço”, sublinha o presidente da Agas. De acordo com a pesquisa, 90% dos supermercadistas ouvidos pelo Instituto Segmento vão fazer algum tipo de promoção no período de festas.
Calendário é favorável para o varejo
O setor supermercadista gaúcho terá o calendário a seu favor para alavancar as vendas em dezembro de 2018: além de contar com cinco sábados e cinco domingos, ampliando o número de finais de semana para que os consumidores façam suas compras para as festas, a ocorrência da véspera de Natal (dia 24/12) em uma segunda-feira vai garantir três dias de grande movimento nos supermercados. “Os consumidores terão sábado, domingo e segunda para garantirem suas compras, ampliando em um dia o leque de compras de última hora. Isso ocasionará um número maior de visitas ao ponto de venda e, consequentemente, melhores vendas para o setor”, antecipa Longo.
O estudo do Instituto Segmento mostra ainda que as famílias gaúchas vão gastar, em média, R$ 330,59 em alimentos para as festas. Os campeões de preferência nas datas festivas seguem, para os gaúchos, os mesmos: na ceia natalina, o produto apontado pelos gaúchos como aquele que não pode faltar é o peru/chester, enquanto no Réveillon é a lentilha.
Vendas de “não alimentos” vão movimentar as lojas
Categorizados pelos supermercados como “não alimentos”, produtos como brinquedos, eletrodomésticos e itens de bazar estão entre aqueles que são apontados como mais promissores, em vendas, pelos supermercadistas. O presidente da Agas destaca, ainda, que itens buscados pelos clientes para facilitar a confraternização em grupos também terão relevância. “O setor aumentou os estoques de cadeiras de praia, barracas, coolers e outros itens de convivência”, relata. Chamam a atenção as projeções de boas vendas também em cervejas (+4,8%) e de carnes bovinas (+4,7%).
Com relação aos preços, três categorias de produtos terão baixas de valores na comparação com o ano passado: produtos alimentícios em geral, peixes e bebidas destiladas.
O que os supermercados esperam dos produtos tradicionais:
Espumantes – Indispensável nas comemorações do Ano-Novo, a bebida terá crescimento de 3,6% nas vendas, com a comercialização de 5 milhões de garrafas – 95% delas produzidas na Serra Gaúcha. “As champanhas mais doces, de variação moscatel, têm tendência de alta pela maior procura das mulheres”, observa Longo.
Panetones – Com um crescimento de 1,6% esperado nas vendas, cerca de 4 milhões de unidades de panetones serão vendidas pelos supermercados gaúchos neste fim de ano, o que deve representar 12% da produção nacional do produto. A comercialização de panetones industrializados novamente será bem maior que a de produtos artesanais, em função dos altos custos de produção com mão de obra e energia. A estratégia dos varejistas é, segundo ele, antecipar a exposição deste produto. “Teremos panetones nas lojas antes das aves e dos enfeites, por exemplo”, analisa Longo.
Aves natalinas – A crescente concorrência neste segmento mais uma vez beneficiará os consumidores na compra de aves, que terão diversas opções de marcas, temperos e preços. Na avaliação de Longo, os gaúchos deverão novamente privilegiar os “frangões” e aves mais acessíveis e de preparo rápido. Ao todo, 880 mil aves (2,5 mil toneladas) serão comercializadas pelo setor – com um crescimento de 3,0% nas vendas.
Bombons são opção de presente – A estimativa da Agas é de que o setor comercialize cerca de 6 milhões de caixas de bombons nos próximos dois meses, com um crescimento de 3,6% nas vendas em relação ao fim de ano de 2017. Segundo o estudo da Segmento Pesquisas, os gaúchos querem presentear, em média, 6 pessoas do seu convívio neste Natal. “Neste cenário, ganham força as caixas de bombons, presentes menores e mais baratos”, aponta Longo.
Panetone é o presente mais comprado no setor – De acordo com os consumidores ouvidos, os presentes mais adquiridos em supermercados serão o panetone (24,1%); bebidas (16,7%); bonecas (13%); brinquedos em geral (11,1%); roupas (9,3%); espumantes (7,4%); e bombons (7,4%). “As caixas de bombons são os itens mais vendido nos supermercados na véspera de Natal, dia 24 de dezembro. Somente neste dia, serão comercializadas mais de 2 milhões de caixas em todo o Estado”, aposta Longo.
Endividamento força compras a prazo – Ao contrário do ano passado, quando a maioria dos consumidores optaram por realizar as compras à vista, em 2018 as festas vão ter gaúchos comprando majoritariamente a prazo os itens de alimentação e presentes. “É um sinal inequívoco do endividamento das famílias que, ainda assim, não deixarão de comemorar o Natal e o Ano-Novo com entes queridos”, destaca Longo.
Compras de última hora vão aumentar – Atentos às promoções, oportunidades e preços, os gaúchos projetam uma postergação maior para suas compras neste fim de ano. Dos consumidores entrevistados, 55,5% apontaram que farão suas compras nos últimos três dias que antecedem as festas. O número é ligeiramente superior ao do ano passado (51%).
Representatividade das festas – A pesquisa do Instituto Segmento mostra que, neste ano, os produtos típicos de Natal e Ano-Novo vão representar em média 15,2% das vendas do setor em dezembro.
Importados em alta – 15% dos varejistas ouvidos afirmaram que aumentarão o mix de importados neste ano. O setor estima que, em média, 2,9% das vendas de Natal e Réveillon sejam de produtos oriundos de outros países.
Vagas temporárias – O Instituto Segmento apurou que 30% dos supermercadistas ouvidos farão contratações de temporários para o período de fim de ano – e 66% deles vão aumentar o número de colaboradores contratados. Ao todo, serão criadas 3,2 mil vagas de trabalho temporário no setor para o período de Natal, Ano-Novo e veraneio. “Cerca de 15% destes temporários deverão ser efetivados”, sugere o presidente da Agas, lembrando que o segmento já emprega atualmente mais de 97 mil pessoas somente no Rio Grande do Sul.
Principais dificuldades do setor – Perguntados sobre as maiores dificuldades para que o setor supermercadista cresça, os empresários do ramo de autosserviço apontaram a carga tributária/ impostos altos (40%) como o principal entrave do setor. Manter os preços abaixo da concorrência (15%) é o segundo problema mais apontado pelos supermercadistas, seguido pelo crescimento dos atacados (10%).
Projeções – 85% dos supermercadistas entrevistados admitiram que percebem mudanças significativas nos consumidores em 2018 e, para grande parte deles (35,3%), a principal alteração é a busca cada vez maior por preços mais baixos. Quando os supermercadistas são indagados sobre o que é decisivo para o consumidor na gôndola, 55% afirmam que é o preço e 25% qualidade.
Com relação aos investimentos, um em cada quatro empresários do setor (25%) pretende inaugurar ou reformar lojas em 2019.
Fonte: Assessoria de Imprensa Agas
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