O problema não é de hoje, principalmente quando chega o final de semana. Diversos pontos de Bento Gonçalves amanhecem tomados pelo lixo deixado para trás por frequentadores, que estacionam seus veículos ou fazem a famosa “concentração” antes de entrar em alguma casa noturna, bares e ponto de encontro pelas redondezas. E a quantidade de sujeira encontrada não é pouca: a cada fim de semana, centenas de quilos são recolhidos pela equipe que realiza a limpeza nesses lugares. São garrafas, copos, sacolas, maços de cigarros e restos de comida espalhados pelo chão. A situação mais crítica é no bairro Planalto, onde há maior concentração de pessoas, principalmente nas noites de final de semana. Moradores criticam a falta de conscientização de quem frequenta o local e só não percebem um descontrole maior, graças ao trabalho dos profissionais que por lá passam horas retirando o material.
O gari responsável pela limpeza da praça da igreja São Bento, José dos Santos, trabalha há 27 anos na profissão e diz que o volume deixado pelos frequentadores é imenso. Ele questiona por que as pessoas não utilizam as lixeiras instaladas no local. “Se não tivesse onde colocar o lixo, até aí tudo bem, mas o pessoal chega, bebe a sua cerveja, come e deixam jogadas as sobras por aí. Não se dão ao trabalho de pegar o que consumiram e levar para o local adequado”, enfatiza. O desabafo do gari faz sentido. A região da avenida Planalto é o ponto mais crítico. “Começo cedo aqui, quando o pessoal chega para fazer seus exercícios, sua caminhada, a praça já está toda organizada”, lembra Santos.
Quem transita pelo local também critica a sujeira e a falta de sensibilidade das pessoas para facilitar a limpeza. “Sempre que caminho por aqui, encontro muito lixo espalhado, aumentando ainda mais o trabalho do pessoal. Isso é o cúmulo. Tem lixeiras próximas, é só ter mais conscientização”, afirma Cléris de Vargas, moradora do bairro.
A grande quantidade de sujeira surpreende Renato Zanoello, que reside no bairro Santa Rita, mas realiza suas caminhadas pela região diariamente. Por volta das 8h de sexta-feira, 22, ainda era visível nos gramados, garrafas e sacolas jogadas. “Além de termos lixeiras bem próximas, o pessoal não se preocupa com a limpeza, fora a questão dos animais. Há donos que cuidam e recolhem as necessidades dos cães, mas tem muita gente que não está nem aí. Leva o bicho e vai embora. Não sei como esse pessoal da limpeza consegue trabalhar assim. É uma vergonha. Um lugar lindo desses e o pessoal não cuida”, desabafa. “No meu bairro há uma praça próximo a UPA, porém, nem se compara com a quantidade de sujeira encontrada por aqui. Claro, tem a questão de maior fluxo de pessoas, mas, mesmo assim, é um absurdo em pleno 2017 e as pessoas não se preocuparem com o que é seu”, reclama.