A Associação dos Deficientes Físicos de Bento Gonçalves (ADEF) é uma entidade sem fins lucrativos que há mais de 30 anos atua no apoio à reabilitação e inclusão social de pessoas com deficiência física no município. Oferecendo uma vasta gama de serviços, como fisioterapia, suporte psicológico, terapia ocupacional e apoio social. A ADEF também promove atividades de lazer e esportes adaptados, além de capacitar seus beneficiários para o mercado de trabalho. A associação tem se mostrado uma força motriz no apoio a essas famílias, garantindo que seus participantes tenham a oportunidade de se desenvolver física, emocional e socialmente.

Na última edição, os pacientes da ADEF se apresentaram com dança

Um dos grandes destaques da ADEF é o Macarrão da Nonna, uma tradicional ação solidária que ocorre anualmente e reúne a comunidade local para arrecadar fundos em prol da entidade. A organização do evento, no entanto, não é algo simples, e os preparativos começam muito antes. Segundo a coordenadora e assistente social da ADEF, Andressa Ben, o planejamento inicia um ano antes do almoço. “Escolhemos os ‘Casais Apoiadores’ com antecedência, e logo no início do ano promovemos reuniões para definir a data e o local onde o evento será realizado”, explica.

A partir daí, encontros frequentes são realizados para desenvolver o plano de trabalho, que inclui todos os detalhes necessários para a execução desse grande evento. “Essa organização envolve toda a diretoria da ADEF, a coordenação institucional, equipe de trabalho, os casais apoiadores, familiares dos pacientes atendidos e voluntários”, detalha. Esse trabalho conjunto garante que todos estejam alinhados e preparados para realizar um evento de sucesso.

Engajamento e responsabilidades

A equipe da cozinha do evento anterior

O Macarrão da Nonna conta com a participação de cerca de 30 pessoas diretamente envolvidas na organização. Cada uma delas possui responsabilidades específicas que são delineadas no plano de ação do evento. “Todos têm suas atribuições, mas a diretoria institucional, a coordenação e os casais apoiadores têm os maiores papeis na organização, o que demanda bastante tempo, envolvimento e disposição”, afirma Andressa.

Além disso, a coordenadora destaca que a ADEF conta com o apoio de diversas parcerias e doações para a realização do evento. “Eles nos fornecem desde produtos até mão de obra voluntária para desempenhar algumas funções essenciais no dia”, observa. As doações, sejam elas de produtos ou serviços, são fundamentais para viabilizar o evento, mantendo os custos controlados e ampliando a arrecadação em prol da associação.

Preparação e voluntariado

Dona Maria e uma auxiliar no preparo da Macarronada

Uma das figuras centrais do evento é a Dona Maria Geremias, cozinheira responsável pelo cardápio do almoço. “Ela é parceira da ADEF há muitos anos e desempenha todo o trabalho voluntariamente. Dona Maria coordena toda a produção dos alimentos e lidera uma equipe de voluntários”, diz. Esses voluntários incluem familiares dos pacientes atendidos e outras pessoas que, generosamente, doam seu tempo para ajudar no preparo da comida.

A dedicação e envolvimento da equipe são impressionantes, com o trabalho começando pelo menos dois dias antes do evento, preparando os pratos que serão servidos. “É uma verdadeira ação comunitária, onde todos se unem para garantir que o evento seja um sucesso”, destaca. A presença de tantos voluntários é um reflexo do apoio que a ADEF recebe da comunidade e do impacto positivo que a associação tem nas vidas das pessoas.

Impacto na comunidade

O Macarrão da Nonna tornou-se um evento aguardado pela comunidade de Bento Gonçalves. “Neste ano, esperamos receber cerca de 400 pessoas para o almoço”, comenta Andressa. Os ingressos são adquiridos tanto por membros da comunidade quanto por aqueles que conhecem e apoiam o trabalho da ADEF. “As pessoas sabem da seriedade do nosso trabalho e também conhecem a qualidade da comida preparada pela Dona Maria, o que certamente contribui para o sucesso do evento”, afirma.

Toda a arrecadação obtida com a venda dos ingressos é revertida integralmente para a manutenção da instituição. “O dinheiro é utilizado para cobrir desde a aquisição de materiais de escritório até o pagamento de contas como luz, água, telefone e internet. Também é usado para ajudar nos salários de parte da equipe que trabalha na linha de frente da ADEF”, explica a coordenadora. Esses recursos são fundamentais para garantir a continuidade dos serviços prestados pela associação.

Evolução do evento

O Macarrão da Nonna está em sua 14ª edição, e ao longo dos anos o evento cresceu significativamente. “No início, era um evento pequeno, apenas para os pacientes da ADEF e seus familiares”, lembra Andressa. “Com o passar do tempo, ele foi tomando proporções maiores, envolvendo mais pessoas da comunidade”, conta.

A coordenadora diz que todos os anos existem momentos marcantes. “Todos os eventos realizados têm algo especial, mas o que mais nos marca é ver a adesão crescente e o apoio que recebemos da comunidade a cada edição”, compartilha.

Desafios e expectativas

Apesar de todo o sucesso, organizar um evento dessa magnitude não é tarefa fácil. “Um dos maiores desafios é a elaboração do Plano de Ação, que precisa estar alinhado com todas as obrigações e necessidades que um evento como este impõe”, revela Andressa. No entanto, ela acredita que, com o trabalho conjunto de todos os envolvidos, esses desafios são superados, e o resultado é sempre gratificante.

Para a edição deste ano, a expectativa é alta. “Esperamos lotar o salão e oferecer um cardápio de alta qualidade para todos que estiverem presentes”, finaliza Andressa, demonstrando otimismo quanto ao sucesso do evento.

Depoimento de uma mãe

Além do Macarrão da Nonna, a ADEF transforma vidas diariamente, como é o caso de Lucivane Ferrari Almeida e seu filho, Henrique, que frequentam a associação há 20 anos, desde que ele tinha apenas dois anos. Lucivane relata a profunda transformação que a entidade proporcionou à vida de seu filho. “Quando começamos a frequentar a ADEF, meu filho não caminhava, ele não tinha equilíbrio. Foi lá que ele aprendeu a andar, a falar e a conviver com outras crianças”, conta. “Na ADEF, ele começou a fisioterapia e fonoaudiologia. Ele evoluiu muito”, enfatiza.

Para Lucivane, a associação foi essencial não apenas para a saúde de Henrique, mas também para o bem-estar de toda a família. “Fomos muito bem acolhidos, se não existisse a ADEF, eu e muitas outras mães estaríamos sem apoio. Ela é a única entidade que oferece essa gama de serviços, como fisioterapia, grupos de jovens, tênis de mesa e acolhimento para os pais”, explica.

Ela também enfatiza o impacto social e emocional das atividades oferecidas pela associação. “Aqui em Bento, não há outra entidade que faça o que a ADEF faz. Eles acolhem as famílias de uma maneira única. Se não fosse por eles, não teríamos onde ir. Eles estão de portas abertas para quem quiser conhecer e participar”, conclui.