Ney da Nóbrega Ribas palestrou no CIC-BG em favor de um pacto para o Brasil se livrar da corrupção
Em uma palestra emotiva, com direito à cantoria do Hino da Cidadania ao final, o presidente do Observatório Social do Brasil (OSB), Ney da Nóbrega Ribas, conclamou a sociedade a se juntar às fileiras do órgão para transformar o país. “O Brasil espera muito mais de nós”, disse em palestra no Centro da Indústria, Comércio e Serviços (CIC-BG), na segunda-feira, 16.
Provocativo, Ribas questionou se realmente estamos comprometidos com o Brasil e que contribuição estamos deixando à sociedade –, Ribas falou sobre o pacto pelo Brasil proposto pelo OSB a fim de eliminar a corrupção no país. “É um despertar para que coloquemos um carimbo no país de área livre de corrupção. A cada dia, eu preciso ser exemplo, se que quero mudança, eu preciso fazer das minhas atitudes um exemplo para as pessoas que estão à minha volta”, comentou.
Sem usar o palco – preferiu ficar caminhando pelo salão –, Ribas sugeriu que as empresas façam um projeto para levar mais integridade ao mundo dos negócios, com foco numa mudança cultural. “É para criar uma nova cultura para nosso país, no relacionamento com outras empresas, mostrar que queremos um Brasil diferente, um Brasil íntegro, para que saiamos dessa situação viciada de apontar o dedo aos outros”.
O presidente do OBS também reforçou que essa inciativa da sociedade civil caminha junto com o setor público e que cada cidadão acesse sua consciência na hora de falar sobre os políticos. “Nós não somos inimigos do setor público, o que é preciso é darmos a nossa contribuição. Quando você não faz conta do que é da sua conta, você paga a conta. Nós pagamos a conta, nós somos os responsáveis pela fila no hospital, pela falta de remédio, porque enquanto apontamos o dedo para os políticos, muitos de nós emitem meia nota na sua empresa. Precisamos repensar que cada cidade é uma empresa e ela tem donos, e cada um de nós é sócio e elegemos fiscais a cada quatro anos, e eles não podem ser abandonados, precisam que nós auxiliemos a conduzir a nossa cidade para o norte”.
Surgido em Maringá, no Paraná, o OSB é uma instituição apartidária presente em quase 150 municípios de 17 Estados, que atua com foco em melhorar a gestão pública, de forma preventiva e sem denuncismo. Para isso, atua em quatro eixos – gestão pública, educação fiscal, ambiente de negócios e transparência. Além de monitorar a utilização dos recursos, atua para capacitar agentes públicos, como fiscais de contrato, por exemplo, e para que empresas locais participem de licitações e pregões, favorecendo a economia nos municípios.
Entre 2013 e 2018, o trabalho dos mais de 3,5 mil voluntários da OSB ajudou na economia de R$ 3,5 bilhões em todo o Brasil. “Nós não somos caçadores de corruptos, nós queremos sim oferecer o nosso trabalho voluntário com diálogo e metodologia, buscando a excelência de gestão de cada cidade”, comentou Ribas, que, à noite, palestrou a acadêmicos do Campus Universitário da Região dos Vinhedos (UCS/Carvi).
Para Gialdi, Observatório convida a sair da omissão
O envolvimento da comunidade empresarial com a política tem sido uma das bandeiras do presidente do CIC-BG, Elton Paulo Gialdi, à frente da entidade. É assim que, segundo ele, a sociedade conseguirá realizar as mudanças e ver suas demandas serem supridas – e o Observatórios Social exemplifica sobremaneira essa linha de pensamento.
Para Gialdi, o trabalho da instituição convida, ao mesmo tempo, a população ao envolvimento político com foco no exercício da cidadania e a sair da omissão. “Foi o nosso silêncio que permitiu a situação do país, e também do Estado, chegar a um ponto extremo. O silêncio não é mais opção para quem tem responsabilidade com o país que queremos deixar para nossos filhos e netos”, disse.
O mandatário do CIC-BG também elogiou o relacionamento entre o poder público e a sociedade. “Temos uma relação harmoniosa com os poderes Executivo e Legislativo, e tais poderes sabem que o trabalho do Observatório Social só contribui para a transparência e a qualificação dos serviços do setor público”, comentou Gialdi.
Fonte e foto: Barbara Salvatti/Exata Comunicação