Observando os dados referentes aos impostos a serem anualmente e rigorosamente pagos pelo colono-agricultor, pode-se deduzir, com clareza, que a linha Palmeiro era uma das Linhas mais importantes da Colônia Dona Isabel sob o ponto de vista econômico. Isto fica comprovado pela existência de numerosas atividades profissionais e artesanais, como: ferrarias, moinhos, alambiques, casas de pasto (eram as casas de comércio, mas deviam também ter o pasto para os animais, para a época, o transporte era feito por muares) sapatarias, carpintarias, fábricas de vinho, fretes de carroças, trilhadeiras em sociedade, além das múltiplas atividades agrícolas.
A Linha Palmeiro era a mais extensa em número de Lotes.
Iniciava nas proximidades, dos fundos de Santo Antão, Móveis Carraro e ia até Mato Perso, divisa com Caxias do Sul. Eram 200 (duzentos) Lotes. Todos ocupados por bravos e laboriosos trabalhadores.
O Santuário de Caravaggio e uma parte do Município de Farroupilha até 1935 faziam parte da Linha Palmeiro e pertenciam ao Município de Bento Gonçalves.
Até meados da década de 1940, a videira, o trigo e aveia eram as principais atividades agrícolas em termos comerciais, além de serem considerados produtos que visavam atender as necessidades de subsistência familiar.
Os primeiros imigrantes italianos plantavam o trigo de uma forma bastante rudimentar, típico da época: após preparar a roça, o agricultor iniciava o plantio, semeando o trigo com a mão direta e com a esquerda segurando o balde com as sementes. Terminada a semeadura, pegava a enxada, virando a terra para cobrir o grão. Mais tarde surgiu o arado puxado por mulas ou bois, facilitando o plantio da semente, tão preciosa e fundamental para a mesa dos laboriosos e sofridos colonos.
Até meados do século passado, era comum presenciar, nas colinas e planícies da Linha Palmeiro, belas paisagens revestidas de trigais verdes na primavera e amarelos no início do verão, época da colheita. Cada família tinha sua pequena plantação de trigo para seu consumo próprio. Algumas famílias, que dispunham de maior área arável, cultivavam em quantidades comerciais.
Com o cultivo do trigo ao longo da Linha Palmeiro, explica-se a existência de várias trilhadeiras movidas a animais que aparecem na lista dos impostos nos anos de 1915.
– Valério & Cia, no lote número 40
– Daniel Basei, no lote número 144
– Francisco De Nardi, no lote número 148
– Giuseppe Adoná, no lote número 176
– Francesco Menta & Cia, no lote número 183
As trilhadeiras movidas a animais foram aos poucos, substituídas por motores, sob forma de grandes carretas, puxadas por mulas ou bois, andavam de família em família para debulhar o trigo.