Visitamos as estradas estaduais da região. Confira como está a situação delas
Trafegar pelas rodovias estaduais da região é um desafio. Além da pista sinuosa, motoristas impacientes, falta de acostamento e muitos buracos, que parecem se multiplicar diariamente. Bastam alguns dias de chuva para que o material nas operações “tapa-buracos” desaparecerem. Em alguns trechos, as estradas se tornam uma verdadeira colcha de retalhos, partes com o asfalto original, pedaços “remendados”, além de irregularidades, principalmente na pista da direita, onde circulam os veículos mais lentos e também os mais pesados.
Em quilômetros de pista simples, como é o caso da RSC-453, no sentido Farroupilha a Bento Gonçalves, até o Trevo do Barracão, muitas vezes, o trânsito quase para, formando uma longa fila de carros atrás de caminhões que trafegam lentamente. E é nessa rodovia que encontramos muitos trechos em que os motoristas precisam andar até na contramão para desviar dos buracos. Caso o carro estrague, não há local seguro para estacionar. Pedestres e ciclistas circulam ao lado dos carros.
No trevo do Barracão, há motoristas que infringem a Lei entrando diretamente na pista, evitando o retorno. Os que trafegam corretamente precisam andar a menos de 10 km/h para tentar desviar o veículo dos buracos maiores, já que é impossível não passar em alguns deles. Em dias chuvosos, a situação ainda é pior, como conta uma senhora que trabalha em frente ao local. “Tá feio, né? Quando chove, parece uma piscina. Os carros não conseguem passar, alguns precisam dar a volta por trás do trevo”, relata.
Ao longo de toda RSC-453, há os trechos que parecem estar se desmanchando. No quilômetro 107, a sinalização vertical está desaparecendo junto com o asfalto, que, além dos buracos que se acumulam, a pista é irregular e cheia de rachaduras. Marcelo Machado, proprietário de uma lancheria em frente ao local, diz que faz muito tempo que a estrada não recebe manutenção. Para ele, a rodovia nunca esteve tão deteriorada.
Quando a pista está muito ruim, ele vai reivindicar melhorias junto ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (DAER). “Esses dias tinha um buracão, eu fui lá pedir, aí vieram fechar. Aqui treme tudo, olha ali que chegou rachar (apontando para a parede do estabelecimento). Já vi muitos acidentes aqui, socorri muitas vítimas. Até a iluminação pública aqui na frente e lá no trevo, eu que fui atrás para conseguir colocar”, ressalta, sem poupar críticas ao governo do Estado.
Outros trechos críticos da rodovia são em frente ao Farina Park Hotel e próximo à entrada de Tamandaré. Nesses locais, diversos buracos se acumulam ao longo da rodovia. Alguns são até mais profundos que a última camada asfáltica que a rodovia recebeu. Semanalmente pode-se observar equipes do DAER realizando operações tapa-buracos. Mas o material utilizado praticamente some nas primeiras semanas. Soma-se a isso a falta de roçada nos canteiros ao longo de praticamente todas rodovias estaduais da região. A vegetação, além de dificultar a visibilidade, começa a esconder algumas placas.
Outras estradas críticas
Entre Bento Gonçalves e Pinto Bandeira, a VRS-855 teve uma parte recuperada, porém em alguns trechos o grande número de buracos permanece. A RS-122, entre Caxias do Sul e Farroupilha, também apresenta diversos quilômetros deteriorados. Em alguns pontos, os buracos foram tapados, mas há locais em que as aberturas chegam tomar toda conta de toda a pista da direita.
Já a VRS-813, que liga Carlos Barbosa a Farroupilha, espera conserto há bastante tempo. Já houve diversas promessas do DAER para a recuperação da estrada, porém nenhuma foi concretizada. Praticamente em toda a extensão da rodovia não há camadas de asfalto intactas. Circular por ela, principalmente durante a noite, é um grande desafio. Além da péssima manutenção e falta de sinalização na pista, não há iluminação pública.
O que diz o DAER
Por meio de sua assessoria de imprensa, o DAER informa que os serviços de manutenção de rodovias são realizados de acordo com a disponibilidade de recursos financeiros do Tesouro do Estado. Em um primeiro momento, estão sendo atendidas as rodovias elencadas no Plano de Obras 2019 – como a ERS-122, entre São Vendelino e Caxias do Sul.
Segundo o órgão, as operações tapa-buracos são medidas emergenciais para melhorar as condições de trafegabilidade dos trechos viários. O pavimento é danificado por uma série de fatores, especialmente pelo excesso de peso dos caminhões que circulam nas rodovias.
Fotos: Elisa Kemmer