O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Bento Gonçalves (Sindiserp-BG) decidiu adiar a greve do funcionalismo público que estava prevista para iniciar na terça-feira, 11. A entidade alegou que, após o anúncio da paralisação, ameaças foram relatadas por servidores, o que motivou a convocação de uma nova assembleia na quinta-feira, 13, às 18h, na Escola Bento. Até lá, as atividades seguem normalmente.
A decisão do adiamento ocorre um dia após o anúncio da greve, feito na segunda-feira (10), em resposta à aprovação, pela Câmara de Vereadores, de projetos que retiram benefícios da categoria. Servidores municipais compareceram ao Legislativo para protestar contra as mudanças.
Os projetos que motivaram a greve
No início de janeiro, a Prefeitura de Bento Gonçalves enviou ao Legislativo propostas que alteram benefícios dos servidores municipais. Entre as principais mudanças estão:
- Exclusão da licença-prêmio
- Fim do adicional por tempo de serviço
- Extinção dos biênios
- Revisão da lei de licença interesse
- Alteração no abono permanência
De acordo com a assessoria da Prefeitura, as mudanças não afetam os servidores antigos, impactando apenas novos nomeados após a sanção das leis. No entanto, os projetos que tratam da licença interesse e do abono permanência atingem também os funcionários que já estão na ativa.
Posicionamento do sindicato
Em nota, o Sindiserp-BG ressaltou que a decisão de adiar a greve busca proteger os servidores de possíveis represálias e garantir a organização do movimento.
“Diante das ameaças relatadas pelos associados desde a definição de greve e tendo como norte o cuidado e a responsabilidade para com os servidores públicos municipais para que não sofram represálias ou injustiças, a direção do Sindiserp entende pela necessidade de orientar o comparecimento de todos na assembleia do dia 13.03.2025, às 18h, na Escola Bento.”
O sindicato reforçou ainda que busca garantir segurança jurídica aos trabalhadores e pediu que as atividades ocorram normalmente até quinta-feira.
Prefeito alega motivação política na greve
Antes da mudança de posicionamento do sindicato, o prefeito Diogo Siqueira (PSDB) divulgou um vídeo afirmando que a paralisação tem viés político. Segundo ele, a presidente do sindicato, Neilene Lunelli, é vinculada ao Partido dos Trabalhadores (PT). “A gente está fazendo apenas para os próximos, uma regra um pouco mais rígida, mas pensando a longo prazo na prefeitura e no município de Bento”, afirmou Siqueira, argumentando que a greve não deveria prejudicar a população.
O prefeito também destacou a importância da continuidade dos serviços públicos, como escolas e saúde, e reforçou que as mudanças serão graduais, beneficiando, segundo ele, os próprios servidores no futuro.
A decisão final sobre a greve será tomada na assembleia de quinta-feira, 13, quando os servidores municipais definirão os próximos passos da mobilização.