Entidades como UCS, CNEC, Senai, SIMME, InovaBento, Smed, Movergs, CT educação, Univates, e IFRS, estiveram presentes ontem, sexta-feira, 8 de dezembro, na sede do Centro de Industria e Comércio para debater os resultados da pesquisa feita pelo Observatório do SESI da Educação
Reunindo mais de 30 pessoas, entre representantes de entidades e autoridades das áreas da educação, a discussão foi promovida pelo SESI, CIC e Bento + 20, acerca da pesquisa realizada pelo Observatório SESI da Educação sobre o déficit de professores no Rio Grande do Sul. O objetivo do estudo é estimar a demanda futura de professores para a educação básica no estado.
Os resultados da pesquisa indicam que, até o ano de 2040, o déficit de professores atingirá a marca de 10 mil. Ecleia Conforto, economista e coordenadora do Observatório Educacional, explica os motivos que os levaram a realizar a pesquisa. “Primeiramente, buscamos aprimorar a educação, pois este país não tem condições de continuar crescendo com os padrões educacionais atuais. Acreditamos profundamente no impacto do professor como agente de transformação da educação, e, portanto, é crucial que dediquemos maior atenção a essa figura. É o professor que pode nos auxiliar a reduzir as disparidades na educação”, afirmou.
Entidades se reúnem para juntas, resolver os problemas relacionados à educação no estado
A metodologia adotada pelo Observatório utilizou dados do MEC e do IBGE, conforme explicado por Ecleia. “Para estimar a oferta de professores, partimos do estoque de professores do Censo de 2021 e atualizamos com a estimativa de aposentadorias. Consideramos que os professores se aposentarão aos 60 anos, após 30 anos de profissão. Para repor essas saídas, utilizamos as estimativas de alunos formados em licenciaturas”, esclareceu. Os resultados da pesquisa indicam que, em 2040, no ápice do déficit, o Rio Grande do Sul terá 83.783 docentes em atividade, entretanto, será necessário um total de 94.137 professores, resultando assim em um déficit de 10 mil professores na educação básica.
Ecleia apresenta razões que acredita serem responsáveis pela diminuição na escolha da profissão. “O primeiro motivo é o desinteresse pela carreira docente, o qual não se resume apenas ao aspecto salarial. Outra pesquisa que pretendemos realizar é sobre o impacto de mulheres optarem por outras carreiras além da docência”, destacou.
Ecleia Conforto, economista e coordenadora do observatório educacional Sesi, foi uma das responsáveis pela pesquisa
O relatório da pesquisa do Observatório enumera as atratividades que podem incentivar mais pessoas a ingressarem em cursos de licenciatura, tornando-se assim futuros docentes. Algumas delas incluem: promover a valorização da carreira do magistério, incentivar a implementação de medidas destinadas a transformar a percepção social da profissão docente no Brasil, influenciar a escolha dos jovens pela carreira docente, educar de forma mais eficaz os jovens sobre a prática do magistério e as habilidades necessárias para a profissão, entre outros.