Ação visa auxiliar produtores que não conseguem escoar a produção; presidente do STR ressalta a importância do retorno da feira livre o mais breve possível
O momento é de união, independente de setor. E prova disso é a iniciativa de quatro redes de supermercados de Bento Gonçalves que irão comercializar os produtos hortifrutigranjeiros de produtores rurais do município que neste momento de coronavírus estão impossibilitados de vender seus produtos na feira live, paralisada por tempo indeterminado na cidade. As redes Grepar, Apolo, Andreazza e Caitá aceitaram uma parceria proposta pelas secretarias municipais de Governo e Desenvolvimento da Agricultura.
De acordo com o secretário de Agricultura, Dorval Brandelli, atualmente, 40 produtores rurais participam das feiras livres realizadas na cidade. Segundo ele, a maioria dos agricultores está conseguindo escoar a produção. “Quando ligamos para os agricultores, mesmo que não precisassem do nosso auxílio para a colocação da produção no mercado, a maioria se mostrou agradecida pela preocupação. Continuaremos acompanhando os produtores”, destaca. Atualmente, três produtores encontram dificuldades para vender os produtos.
Presidente do STR se diz favorável a continuidade das feiras livres
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Bento Gonçalves (STR-BG), Cedenir Postal, ressaltou a importância da continuidade da feira livre na cidade, mesmo no período de quarentena. Segundo ele, com os cuidados na higienização, distanciamento entre as pessoas e ações de prevenção, a venda dos produtos poderia continuar normalmente. “Nós vemos mercados, fruteiras e estabelecimentos do ramo abertos e a feira deveria também continuar, com todos os cuidados necessários”, afirma.
O líder sindical explica ainda que a feira é o local onde o produtor consegue comercializar praticamente toda a sua produção apresentada, diferentemente dos mercados, que muitas vezes, exigem alimentos sem nenhuma falha. “Por exemplo, na feira a gente consegue vender um pé de alface, couve-flor com tamanhos menores, uma fruta que tenha alguma mancha. Se você tiver uma qualidade pequena dos produtos, você praticamente consegue vender tudo em um único dia”, garante.
Conforme Postal, a volta da feira livre ajudaria os produtores que enfrentam, há meses, graves situações provocadas pela estiagem que assola o Rio Grande do Sul. “Temos toda a consciência sobre a epidemia. Não realizamos a feira na semana passada e nem nesta. Porém, na próxima semana retornaremos com os devidos cuidados. Estamos vendo uma movimentação de todos os setores. Ninguém consegue ficar tanto tempo parado. É grave, mas a economia precisa andar e as coisas funcionar, sempre preservando a vida”, observa.
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