Um jovem e um adulto entram em uma escola em Suzano com armas e provocam várias mortes e diversos ficaram feridos. Logo depois, outras ameaças mentirosas, vindas pela internet, com adolescentes prometendo ataques. Essa situação tem se tornado cada dia mais frequente no território brasileiro, o que faz reacender o debate sobre a segurança nas instituições de ensino.
Autoridades de segurança e de educação, assim como diretores, entendem que esses ataques, reais ou fictícios, apesar não terem sido registrados em Bento Gonçalves, não devem ser ignorados. A grande maioria das escolas da rede municipal teve investimentos neste sentido, como informa a secretária da pasta, Iraci Luchese. “Nossas escolas têm monitoramento. Nas de ensino fundamental há porteiros, que após a entrada das crianças, fecham o portão e só é permitido entrada com identificação ou autorizado pela direção. O mesmo ocorre nas infantis, que estão em zona de vulnerabilidade. Nas demais, há campainha ou interfone, onde também há necessidade de identificação”, conta.
Ainda de acordo com Iraci, o alerta com os últimos acontecimentos está presente. “Ações como a de Suzano nos impressionam e mostram que os cuidados devem ser permanentes. Para isso, escola, pais e alunos precisam estar unidos”, sustenta.
“Não podemos dizer que nunca vai acontecer e estamos tomando providências para que se evite”.
O secretário de Segurança, José Paulo Marinho, destaca mais ações e parcerias no município. “A Patrulha Escolar da Brigada Militar (BM) está presente nas chegadas e saídas dos alunos. Reforçamos o serviço nos locais de vulnerabilidade, incluindo monitoramento e vigias. Também estamos com a BM e a Polícia Civil monitorando alguns jovens que estão brincando com isso. Eles estão cometendo um ato infracional, e se forem maiores de idade, um crime”, destaca.
Marinho também exalta a preocupação com os últimos acontecimentos que possam influenciar jovens da cidade. “A internet está em todos os cantos, não podemos garantir que um jovem do nosso município não tenha uma influência negativa e não cometa um delito dentro da escola. Estamos em alerta”, reconhece.
Estaduais
Na rede estadual, há disparidades entre a estrutura municipal e o nível de preocupação após os últimos casos no país. Algumas escolas possuem sistemas de monitoramento com câmeras, grades e portões de ferro, porém, poucas têm a opção de servidores para o trabalho na portaria.
Alexandre Misturini, diretor da Visconde de Bom Retiro, reiterou a preocupação. “Temos uma entrada nova de alunos, vigilância, portão eletrônico, central de alarme 24h. A patrulha escolar também ajudou bastante. É claro que seguimos nos preocupando com segurança, mas acredito que o uso de drogas ilícitas pelos alunos seja uma preocupação ainda maior”, indica.
Apesar dos portões, grades e sistema de câmeras, para diretora da Dona Isabel, Silvania Luiza Chiarello, a situação é bem preocupante. “Não há segurança, a escola pública não tem nada. Nós temos dois portões e cercas precárias, não temos guarda porque o Estado não fornece. Temos as câmeras, mas o sentimento é de insegurança”, desabafa.
Particulares
No Colégio Scalabriniano Medianeira, há controle por catracas na entrada e saída da escola para maior controle e segurança aos alunos e famílias. Segundo o setor administrativo da instituição, após o caso em Suzano, a atenção foi redobrada. “Só há um acesso para a escola, mesmo assim, a atenção é grande com monitores e várias câmeras. É uma realidade que infelizmente não está distante”, enfatizam.
O mesmo controle com câmeras, catracas nos portões e presença de seguranças ocorre no Colégio Sagrado Coração de Jesus, conforme a diretora, Ir. Maria Diva da Silva. “Além das questões de segurança já adotadas pelo Colégio, nos últimos dias reorganizamos as entradas e as saídas dos estudantes e solicitamos o apoio da comunidade educativa para que medidas protetivas sejam vivenciadas por todos. O zelo pela segurança e o cuidado com o bem-estar de nossos educandos é nosso compromisso diário”, garante.