Segundo o responsável pela pasta, Diogo Siqueira, o sistema de regulação permitiu estabilizar o atendimento básico e o fornecimento de medicamentos, além de diminuir exponencialmente a espera por especialistas; próxima meta será agilizar os procedimentos cirúrgicos
Atendimento básico, fornecimento de medicamentos, consulta com especialistas e cirurgia. Esses são, conforme explica, o secretário municipal da Saúde, Diogo Siqueira, os quatro pilares para a consolidação e a oferta de uma saúde pública de qualidade. Embora confirme que, eventualmente, existam problemas pontuais nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Unidades de Pronto Atendimento (UPA), ele assinala que o serviço está estabilizado. O próximo passo, conforme afirma, é zerar as filas de consulta para especialidades, o que promete que ocorrerá ainda em julho, e então, investir mais em cirurgias.
Medicamentos e atendimento básico
Demora de agendamento de consultas e atendimento no bairro Cohab. Falta de médicos na UBS do Licorsul e de pediatra na UBS do Bairro Progresso. Enquanto esses exemplos recentes podem ser encarados como amostra de problemas recorrentes no atendimento básico de saúde em Bento Gonçalves, para Siqueira trata-se de questões pontuais e impossíveis de prever. “Você não vai conseguir ter 100% dos profissionais sempre. Ocasionalmente vai acontecer de um médico que está em uma unidade acabar passando numa residência, em alguma especialização e acabar abandonando a prefeitura. Isso é natural, mas tentamos buscar a reposição o mais rápido possível”, assinala. Um problema maior, de acordo com ele, foi o agendamento de exames na UPA do Botafogo. “Em outubro, mudamos o sistema de desktop para nuvem e tivemos uma série de problemas, o que gerou uma fila de 3 mil pacientes. Mas em dois meses tudo será regularizado”, promete.
Destaca ainda que serviços como UBS e a Estratégia Saúde da Família (ESF) são divididos por zoneamento e que, muitas vezes, o morador de um bairro pode ser encaminhado para atendimento em uma unidade próxima, diminuindo falhas pontuais. “Se for pegar todo esse número de unidades próximas, acabamos conseguindo distribuir quando há alguma falha”, diz. Atualmente, a cidade conta com 18 UBS na zona urbana e quatro na zona rural, UPA Zona Norte e Sul, ademais de serviços como Centro de Atendimento Psicossocial, Centro de Referência Materno, Centro de Fisioterapia, Centro de Especialidades Odontológicas, Espaço Saúde do Idoso, Comunidade Terapêutica, Unidade Móvel, Samu, entre outros
Outro ponto destacado por Siqueira é a oferta de medicamentos nas farmácias populares e unidades de saúde. Aproximadamente 240 tipos de medicamentos são distribuídos pelo município, dos quais três estão em falta, todos de baixa procura. “Faltam remédios do estado de complexidade maior, mas municipal temos índice de mais de 98%”, sublinha.
“Com bom atendimento básico e oferta de remédios, resolvemos 80% dos problemas de saúde da cidade. Os outros 20% são consultas com especialistas, e é nisso que estamos investindo agora”
Filas para consulta e cirurgia
Em maio de 2018, 2.490 pacientes esperavam na fila para uma consulta com oftalmologista na cidade. Hoje, a fila para primeira consulta está zerada. A especialidade é um dos exemplos de Siqueira, acerca do foco atual da secretaria. “Com a atenção básica e medicamentos em dia, temos a tranquilidade de investir nas especialidades”, resume. Entre as maiores esperas solucionadas destacam-se também cirurgião vascular que, há um ano, tinha 1.208 pacientes e cardiologista e neurologista, cujos números ultrapassavam 500 pessoas.
Segundo Siqueira, a meta é zerar a fila de todas as consultas com especialistas nos próximos dois meses, para então focar nas cirurgias. Das 21 especialidades, 11 não contabilizam filas, atualmente. “Até julho zeramos todas essas filas, coisa que nenhuma cidade do Brasil fez. Não é promessa, isso é fato”, exclama. Entre as maiores filas ainda existentes para consultas estão a de endocrinologia e gastroenterologia, no entanto, nenhuma chega perto da ortopedia, onde mais de 600 pacientes aguardam na fila.
Após julho, segundo Siqueira, o próximo foco da pasta será zerar as filas de cirurgia. Atualmente, o município realiza em média, 40 operações mensais. “No momento em que não existir mais demanda reprimida por especialidades, passaremos a focar nas cirurgias. Hoje, temos espera para cirurgias eletivas, mas não de urgência. Fraturas, apendicites, pedras no rim, tudo isso é feito imediatamente”, finaliza.