A primeira edição da Festa de Santo Antônio, padroeiro do Município de Bento Gonçalves, foi realizada em Junho de 1878, sob a coordenação do padre Giovanni Menegotto, sacerdote vindo de Pádua, Itália, designado para atuar como coordenador da Colônia Dona Isabel. Ele chegou em 09 de janeiro de 1878, e uma de suas primeiras providencias foi organizar a feste em honra ao Santo, já muito invocado, venerado e cultuado pelos imigrantes italianos de toda nossa região. O evento foi crescendo no decorrer dos anos até se transformar na maior festa popular religiosa do município e da região.

Antigamente, a Festa do Padroeiro, também era conhecida por “Sagra”. As noites da tradicional trezena eram marcadas pelo encontro de pessoas para a ORAÇÃO, por CÂNTICOS de PROTEÇÃO e AGRADECIMENTO, em latim e italiano e MISSAS.

“A HISTÓRIA DO NOSSO MUNICÍPIO é fruto de muita fé e esperança. Nela está contido muito trabalho, suor, fracasso, testemunho, santidade, colaboração, missão apostólica de tantos sacerdotes, missão humana de cada leigo consciente de sua dignidade e compromisso batismal.”

A trajetória religiosa da nossa comunidade conheceu o suor, a coragem, o dinamismo, a fé de uma piedade de homens e mulheres que aqui souberam, dentro de suas limitações, dar tudo de si para a grandeza de um povo, que viam as lideranças indispensáveis a uma época que exigia coragem e responsabilidade.

O que poderíamos pensar das mães dos nossos imigrantes que gastaram a vida para gerarem os filhos “que Deus mandava.” Que eram orientadas a dizer: “BENDITO O QUE VEM EM NOME DO SENHOR”, que morriam durante o parto ou depois, que trabalhavam dia e noite para sustentar os filhos, porque eram uma bênção de Deus e que estes filhos, iriam ajudar no trabalho… e formar nova famílias… com orientação e os princípios básicos.

Os imigrantes chegaram em busca de pão, de amparo e do futuro. Tiveram na FÉ a força indispensável para vencer todas as provações. Junto com os poucos pertences, eles trouxeram o pequeno quadro de Santo Antônio, mas principalmente, a devoção, a fé e acima de tudo a ESPERANÇA. A devoção dos imigrantes trouxe também outros componentes de uma religião que uniu FÉ e VIDA, criando um modelo de progresso humano, marcado pelo pioneirismo e pela justiça social. Ao redor da Igreja surgiram nova comunidades e ao redor delas, a escola, o salão comunitário e os estabelecimentos comerciais. Hoje, é impossível escrever história de nossas comunidades sem o lado da FÉ…

HOJE, vivemos uma época de grandes transformações, nossas famílias recebem muitas informações… Porém, vive-se um momento em que, A DEVOÇÃO, A FÉ, A BUSCA DE BENÇÃO E DE ESPERANÇA CONTINUAM…

“QUE ESTE ANO, O DIA DE SANTO ANTÔNIO, SEJA UMA REFLEXÃO DA NOSSA FÉ, FAZENDO DA NOSSA CASA, O NOSSO SANTUÁRIO, PARA MEDITAR SOBRE O VALOR DA VIDA”