Nos últimos anos, diretoria do bairro investiu em diversas melhorias para o conforto de quem participa das missas e festas realizadas no local

O bairro Santa Rita, localizado em um dos acessos à Bento Gonçalves, é uma região tranquila, além de ter um espaço comunitário agradável para os moradores e a quem tem apreço pela região.
O presidente da Comunidade Santa Rita, Bruno Sperafico, foi eleito na última votação. Neste ano, ele começa a sua nova gestão, com o objetivo de dar continuidade a tudo que já foi realizado. “Já assumi a diretoria em outros anos, e fico por mais dois, podendo fazer a comunidade crescer junto à paróquia Cristo Rei e ao município”, afirma.

De acordo com Sperafico, o convívio dos moradores é muito importante e as aulas de ginástica coordenadas por uma professora contratada pela prefeitura só ajudam a comunidade. “São mais de 90 mulheres que participam e, com isso, têm um lazer toda a semana”, ressalta.

Conforme o membro da diretoria, que mora no bairro há 40 anos com sua família, tudo mudou na região. “Quando chegamos aqui praticamente não tinha calçamento, não tinha nada. Primeiro começaram a construção da igreja que antes era na parte superior e depois foi ampliando e modificando-se, tendo o salão em cima e a igreja embaixo. Agora o espaço para as festas é grande, temos uma estrutura para comportar 450 pessoas sentadas”, explica. Porém, o presidente diz que não há mais área para crescer e expandir. “Tínhamos a ideia de adquirir o terreno ao lado, mas não houve êxito, o dono não cedeu. Com certeza ali seria o local para aumentar o salão e para a praça da comunidade”, conta.

Além disso, o presidente destaca que nos últimos anos a diretoria investiu bastante na infraestrutura do salão comunitário e da capela. “Agora é só trabalhar para termos condições de manter a manutenção do que já foi realizado. No ano de pandemia pudemos fazer todas as reformas que precisávamos. Também conseguimos o Alvará de Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndios (PPCI) e todos os outros que liberam o funcionamento do salão, para não ter problemas com a prefeitura”, revela.

Um grande investimento foi a instalação de placas solares, que a diretoria gastou em torno de 30 mil reais, mas hoje têm praticamente custo zero de energia. “Se investe e tem um retorno depois. Para quem pagava em torno de R$ 700 todo mês, hoje paga menos de R$ 100”, salienta.

Segundo Sperafico, a equipe tem uma verba específica para a igreja e o salão da comunidade, que é arrecadada através das festas, bailes, rifas, dízimo e da locação do espaço festivo, que de vez em quando alugam para eventos. Em 2022, conseguiram realizar duas festas, de Nossa Senhora de Lourdes, em março e a padroeira do bairro Santa Rita, em maio. Ele conta que no início as pessoas tinham muito receio para voltar depois da pandemia. “Agora a comunidade vem e se sente mais confortável para ficar, isso é importante”, valoriza.

Para ele, o bairro só tem a melhorar com um espaço de qualidade para os moradores e reivindica ao poder público um problema que observa na mobilidade urbana. “Deveriam consertar as ruas que têm pedras soltas, algo que pode se tornar perigoso para quem transita”, pede.

Aos jovens, ele solicita um envolvimento e participação maior, e que vejam o bairro, a comunidade e a igreja com mais carinho. “A juventude participa pouco, a grande maioria que se envolve com a comunidade, com os eventos e a igreja são as pessoas da terceira idade ou acima de 35 anos”, completa.

Obras realizadas pela diretoria

• Banheiros antigos foram reformados, com a instalação de dois para cadeirantes;
• Nova estrutura do bar e freezers;
• A cozinha foi reformada com novos balcões e aéreos;
• A churrasqueira agora é rotativa, facilitando e reduzindo a equipe de voluntários;
• Foi feita toda a pintura do salão por dentro e por fora. Além do conserto de uma série de infiltrações de água devido as chuvas fortes;
• Iluminação também recebeu melhorias;
• Parte da igreja foi reformada, pois havia infiltrações de água e umidade nas paredes. A diretoria revestiu todo espaço interno e reformou o banheiro;
• Revestimento nas calçadas ao redor da igreja, do salão e das sacadas;
• Melhorias na parte do piso de parquê, com nova pintura;
• Grades de proteção instaladas no entorno do salão e da igreja;
• Instalação de placas solares.
Futuras melhorias
• Melhorar o sistema de monitoramento, através de câmeras;
• Instalação do ar condicionado.

A opinião dos moradores

A aposentada Elvide Da Campo, 75 anos, mora no Santa Rita desde que casou, há quatro décadas. Desde o nascimento de seu filho, no final dos anos 1980, ela dedica seus dias para confecção de artesanatos em crochê e bordados.

De acordo com Elvide, do Clube Botafogo até o local onde ela mora, era tudo mato e parreirais. “Eu gosto muito do bairro, todo mundo é gente boa e não há o que reclamar, fora o progresso que está vindo e, com ele, muito barulho. Antigamente a região era muito tranquila, agora tem vários prédios e população. Construção a toda hora”, lamenta.

Para ela, o salão da comunidade é muito bom, tem festas e a ginástica da terceira idade, que a aposentada adora. “Acho que mais de 80 idosos participam das aulas, duas vezes por semana. Ano passado eu não estava frequentando muito, mas agora retornei. A Capela tem duas missas por mês e os padres vêm da Paróquia Cristo Rei”, menciona.

De melhorarias, para o dia a dia dos moradores, Elvide destaca a necessidade de obra em algumas ruas, como o asfalto principal do bairro que não tem sinalização para o pedestre atravessar, nem faixas de segurança, que após o melhoramento da via asfáltica, não foram pintadas. “Não consigo atravessar a rua em alguns horários do dia, pois há muito movimento de caminhões que trafegam pela Rua Antônio Michelon” relata.

O mecânico e soldador aposentado Luiz Duraczenski, 62 anos, mora no bairro há 35 anos e diz que a localidade é perto de tudo, com a UPA a pouco mais de meio quilômetro de distância de sua residência. “Além disso, temos o salão Santa Rita, que lamento pela não aprovação do projeto que apresentamos para a gestão anterior da prefeitura, fizemos reuniões com a comunidade e parecia tudo certo, mas fomos frustrados”, lamenta. Segundo Duraczenski, o bairro poderia ter o salão da comunidade em um terreno novo. “Atualmente nós temos a igreja embaixo e o salão em cima, com o projeto anterior a igreja e o salão seriam individualizados. Isso foi a dois anos atrás, quando eu era presidente da comunidade”, revela.

Segundo o aposentado, quando chegou no bairro havia meia dúzia de casas e o salão era pequeno, somente com uma base feita no terreno doado por Angêlo Mazzuti e a igreja estava em construção. “Os primeiros churrascos eram em lugares abertos. Agora tem todo um conforto, tem a cozinha, churrasqueira rotativa, é uma maravilha. A comunidade evoluiu muito nestes anos”, diz. Além disso, ele informa que a Paróquia Cristo Rei limita duas festas por ano das padroeiras, mas também conseguem realizar um ou dois bailes para conseguir completar as rendas. “Uma comunidade não sobrevive sem isso, tanto é que hoje muitas estão fechando por conta deste motivo. Outras por causa da adequação dos bombeiros”, finaliza.

Fotos: Cláudia Debona