Na Capital do Vinho, fase de colheita nos parreirais começou no início de dezembro. A expectativa é que a qualidade da fruta seja excelente
A época de colheita da uva, principal produto de Bento Gonçalves, é de grande expectativa para os agricultores. Segundo o técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS) de Bento Gonçalves, Thompson Didoné, a colheita já iniciou. “Começou esse mês com a uva Vênus que é para mesa, as outras demoram mais um pouco. As próximas devem ser as variedades Concord, Bordô e Violeta”, explica.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bento Gonçalves (STR/BG), Cedenir Postal, afirma que estão sendo colhidas algumas variedades precoces, em locais específicos. “Em regiões onde ela adianta na beira do rio, como em Alcântara, no Vale do Rio das Antas e em Santa Tereza”, salienta.
A expectativa é de uma colheita de produtos de qualidade. “Se as previsões se confirmarem a gente vai ter outra excelente safra, com uma expectativa de ser semelhante à do ano passado”, garante Didoné. Em termos de quantidade, vai ser de acordo com o usual. Segundo dados fornecidos pela Emater, a área plantada nesse ano é de 4.345 hectares de videiras. Além disso, a produção estimada é de 90 mil toneladas de uva.
Se as previsões se confirmarem a gente vai ter outra excelente safra
Thompson Didoné – Técnico da Emater
O presidente do STR afirma que a área plantada é praticamente igual a dos outros anos. “Os parreirais não são culturas anuais que a gente muda ou simplesmente abandona e retoma quando quer, mas algo que exige muito cuidado e às vezes trabalho de alguns anos para chegar na colheita. A área é praticamente igual, o que muda são algumas reformas de parreirais que os agricultores trocam uma variedade que não está produzindo bem, por outra”, aponta.
Segundo Postal, no Rio Grande do Sul o volume estimado está entre 650 a 700 mil toneladas. A quantidade está relacionada com o bom desenvolvimento dos parreirais. “Até agora o clima ajudou, tivemos uma primavera pouco chuvosa, o que beneficiou para que não se desenvolvesse doenças nas videiras”, relata.
A estiagem estava preocupando, mas agora, com essa boa chuva, não temos mais essa apreensão.
Cedenir Postal – Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais
A produtividade está dentro da normalidade, como explica Postal. “A estiagem estava preocupando, mas agora, com essa boa chuva, não temos mais essa apreensão. Vamos aguardar como o tempo se comporta, mas a gente espera que vai ser uma qualidade boa”, prevê.
Didoné também explica que por enquanto, a uva está sem problemas sanitários, doenças fúngicas ou pragas. “Essas chuvas da semana passada e dessa semana amenizaram bastante os efeitos da seca que a parreira estava sentindo, que já demonstrava que a planta estava sofrendo. Mas agora praticamente resolveu o problema da videira”, garante.
Safra em Monte Belo do Sul
O secretário de Agricultura de Monte Belo do Sul, Eder Zaffari, afirma que ainda não foi iniciada a colheita das variedades no município, o que vai acontecer entre o fim de dezembro e início de janeiro. “Acreditamos que a qualidade da uva vai ser ótima, mas talvez a produtividade diminua em algumas variedades pela falta de chuva”, explica.
No município, o volume previsto para a próxima safra é em torno de 40 mil toneladas de uva, plantadas em três mil hectares. Segundo o secretário, a área é aproximadamente 2% maior do que no último ano. A qualidade, no entanto, vai suprir as expectativas. “Vai ser ótima este ano praticamente em todas as variedades, por ser um ano de baixa precipitação pluviométrica”, frisa.
Fotos: Rejane Paulod, Samuel Corrêa e Arquivo