A rua Olavo Bilac é via de acesso de quem chega à cidade rumo ao centro ou bairros, o que ocasiona um trânsito intenso em alguns momentos do dia e vários motoristas agindo com má conduta, o que prejudica moradores e comerciantes da localidade.
Segundo dados históricos, a rua foi aberta há quase 70 anos, em 1953, após uma iniciativa dos antigos moradores Giacomo Giacomello e João Marcon, junto ao vice-prefeito da época, Luiz Matheus Todeschini. No começo haviam poucas casas e conforme o tempo, grandes melhorias foram realizadas na via, como o calçamento e outros ajustes feitos em 1970. Assim, mais pessoas foram se estabelecendo, além do aumento das famílias já instaladas.
Hoje, desenvolveu-se comercialmente e obtém estabelecimentos variados, como salões de beleza, casa de carnes, clínicas, escola de idioma, mercado, loja de tecidos, lancherias, academias, entre outros. Há poucas residências no local, as que ainda se mantêm são de moradores que estão lá há mais de cinco décadas e gerações, como o exemplo de Itacyr Luiz Giacomello, que reside na Olavo Bilac desde antes de sua abertura.
De acordo com Giacomello, há vários anos, o barulho do trânsito é constante por causa do grande fluxo de carros, mas destaca que já se acostumou após tanto tempo nesse ambiente. “Após 1970, a rua se tornou muito movimentada e só foi aumentado a quantidade de carros que transitam. Mas é o progresso, temos que seguir a linha do crescimento. Além disso, antes ela ia e vinha, mas em aproximadamente 1985, acharam que estava muito perigoso e trocaram para mão única”, lembra.
Moradores e comerciantes solicitam ajustes
A comerciante, Andressa Giacomello Dal Cin, ressalta que sua família inteira mora na rua e que onde tem a loja de tecidos Lina M Giacomello, era a casa do avô. Com isso, convive desde que nasceu com o movimento do lado de fora. “Como adoro morar aqui, o barulho do trânsito não me incomoda e além disso, minha casa tem vidros duplos. A via é intensa e engarrafada, às 18h o fluxo é grande e para diversas vezes. Não era assim, foi ficando desse jeito, pois quando era criança, jogava taco aqui na frente e poucas vezes tinha que parar por causa de algum carro que quisesse passar”, recorda.
Andressa comenta que alguns motoristas não respeitam as leis de trânsito e entram direto na rua Olavo Bilac vindo da Dom José Barea, o que não é mais permitido. “Ali na esquina era caótico quando podia dobrar para cá, mas como não pode mais fazer a conversão, organizou um pouco. Porém ainda entram do jeito que é proibido, ocasionando algumas situações ruins de vez em quando. Ainda acho que poderia ter uma sinaleira nesse ponto para ter menos engarrafamento”, sugere.
A funcionária de um estabelecimento comercial, Rafaela Gaspareto, diz que não escuta barulhos fora do normal e que outra coisa a preocupa. “Não vejo muito fiscalização de trânsito por aqui, então muitos motoristas seguem ou param onde não pode. Também tem a questão dos estacionamentos, falta um local para motos e algumas áreas de desembarque que poderiam ser adaptadas para os clientes poderem deixar seus carros, como os locais em que é amarelo”, avalia.
Rafaela conta que há uma loja na rua que tem um estacionamento próprio que poderia ser usado pelos colaboradores, mas é reservado somente para clientes, o que diminui as vagas para os outros estabelecimentos. “Os funcionários desse comércio, que são muitos, precisam colocar seus automóveis do lado de fora, várias vezes, aqui em frente a loja que trabalho. Sendo que, no local privado daquela empresa, tem espaço para eles. Aqui ficaria menos intenso com a utilização só de clientes, que são em menor quantidade, e os possíveis compradores não deixariam de frequentar algumas lojas pela falta de onde deixar o carro”, afirma.
A proprietária da Cristo Rei Materiais Elétricos e Iluminação, Isabel Agostini, tem o comércio no local há 16 anos e admite que o trânsito não interfere em seu trabalho. Além disso, ela vê o crescimento estrutural e modernização como algo a se valorizar. “O barulho não incomoda muito, talvez os moradores sejam afetados de alguma forma, mas aqui temos vidros que abafam um pouco os sons externos. O que observo na rua, é a construção de novos estabelecimentos que trazem mais beleza ao local, possuindo decks e fachadas sofisticadas”, diz.
Uma questão que Isabel aponta é a necessidade de melhoras no calçamento. “Há lajes soltas do outro lado da rua, em dias de chuva, as pessoas que passam por lá acabam se molhando por causa do movimento dos pisos, que ficam cheios de água. Mas apesar disso, conforme novas lojas vão sendo construídas, há a reforma das calçadas a frente delas”, prevê.
Para o morador e proprietário de uma oficina mecânica, Gilberto Casonatto, há dificuldades de mover-se de carro durante o dia-a-dia, em decorrência do trânsito. “De manhã, meio dia e de noite é caótico, para entrar e sair tem que ter paciência. É um acesso de entrada da cidade, é intenso, mas não tem muito o que fazer. Atualmente não vejo fiscalização, algo que deveria ter com frequência”, resume.
Casonatto nasceu no local e descreve o desenvolvimento da rua como algo necessário. “Não tinha caminho para os automóveis quando vim ao mundo, cresci vendo o aumento do lugar, a instalação dos bueiros com picaretas quando eu tinha sete anos, a colocação de calçamento, entre outras benfeitorias. Hoje é uma rua comercial, tudo que se possa imaginar, tem por aqui”, menciona.
A comerciante e proprietária da Lojas De Marco, Maiara Vasseur, conta que sua funcionária foi atropelada na esquina das ruas Olavo Bilac e Vitória, local onde, às vezes, ocorrem alguns acidentes por conta dá má conduta de motoristas. “Nesse ponto é uma confusão, apesar de ter uma placa enorme sinalizando que é proibido virar, não estão respeitando. E não é só ali, na via à esquerda da minha loja, vou atravessar a faixa de segurança e quase passam por cima. São poucos os condutores que param para os pedestres”, fala.
Para ela, é triste a falta de cuidado das pessoas que transitam em veículos em frente à loja e destaca a necessidade de redutores de velocidade. “Passam a mil, se há alguém saindo do estacionamento, o risco de bater é grande. O carro do meu pai já foi atingido duas vezes. O bom seria colocar uma lombada ou ter algo para melhorar esse movimento desenfreado”, indica.
O que informa a Prefeitura
De acordo com a Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura, neste ano foram realizadas obras de recapeamento asfáltico e sinalização na Rua Olavo Bilac. “É uma via expressa, a Secretaria de Gestão Integrada e Mobilidade Urbana irá verificar o que pode ser realizado dentro das solicitações da população”, declara.