O governo do Rio Grande do Sul divulgou, nesta terça-feira (10), o terceiro volume da série Cadernos RS no Censo 2022, com foco nos indicadores de educação. A publicação, elaborada pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), utiliza dados do Censo Demográfico 2022, realizado pelo IBGE, para traçar um panorama do acesso à educação no Estado.
O levantamento apresenta informações sobre alfabetização, frequência escolar, nível de instrução e média de anos de estudo da população gaúcha. Os dados estão organizados por faixas etárias, sexo, raça/cor, regiões dos Conselhos Regionais de Desenvolvimento (Coredes) e municípios.
Analfabetismo ainda atinge parte da população
Apesar de o Rio Grande do Sul registrar uma taxa relativamente baixa de analfabetismo — 3% entre pessoas com 15 anos ou mais —, a disparidade entre os municípios chama atenção. Lagoão lidera com 16,4% de pessoas não alfabetizadas, seguido por Tunas (15%) e Gramado dos Loureiros (13,3%). Em contrapartida, cidades como Westfália (1,1%) e Bom Princípio (1,3%) apresentam os menores índices.
Frequência escolar: avanço no ensino fundamental, desafios na educação infantil
A frequência escolar entre crianças e adolescentes apresenta resultados distintos conforme a faixa etária. A cobertura de creches para crianças de 0 a 3 anos foi de 39,4%, apontando um dos gargalos da educação infantil. Já entre 6 e 14 anos, a frequência supera 98%, indicando a universalização do ensino fundamental. Entre adolescentes de 15 a 17 anos, 85,9% estavam na escola no momento do Censo.
Desigualdades raciais e regionais no acesso à educação
A análise por raça/cor evidencia desigualdades persistentes. Enquanto 35% da população gaúcha com 25 anos ou mais possui baixa escolaridade (sem instrução ou com ensino fundamental incompleto), o percentual salta para 53,2% entre indígenas e 43% entre pardos. No ensino superior completo, os brancos (21,1%) e amarelos (36,1%) estão em vantagem frente aos pretos (9,9%), pardos (9,7%) e indígenas (7,7%).
A desigualdade também aparece entre os sexos: mulheres têm, em geral, maior nível de escolarização que os homens, exceto entre a população indígena.
Média de anos de estudo: variação entre regiões
A média de anos de estudo entre jovens de 18 a 24 anos é de 11,5 anos no Estado. Rondinha e Guabiju lideram com 13 anos de escolaridade nesse grupo. Na outra ponta, municípios como Caseiros (6,5 anos) e Forquetinha (8,0 anos) registram os menores índices.
Entre a população com 25 anos ou mais, a média estadual é de 10 anos. Porto Alegre (11,8 anos), Santa Maria (11,3) e Canoas (10,9) estão entre os destaques positivos. Já Forquetinha (4,4) e Toropi (5,2) apresentam os piores desempenhos.
Publicação visa ampliar o acesso aos dados do Censo
A série Cadernos RS no Censo 2022 tem o objetivo de apresentar os dados do Censo de forma acessível e visualmente clara, por meio de mapas e gráficos, para apoiar a tomada de decisão por gestores públicos e subsidiar pesquisas. A equipe técnica da Divisão de Análise de Políticas Sociais do DEE é responsável pela produção do material. Os dois volumes anteriores trataram da estrutura populacional e das condições dos domicílios no Estado.
A publicação completa pode ser acessada no site institucional do governo estadual.
Fonte: rs.gov.br
Foto: Repodução