A Rota Rural Encantos de Eulália, que é conhecida pelo Parque de Aventuras Gasper, além dos empreendimentos e cabanas rurais, também foi afetada com os últimos desastres climáticos, sofrendo forte redução no número de turistas.

O presidente da Rota, Gilmar Toniolo, revela que houve uma queda de mais de 50% no número de visitantes. “Entre maio e agosto de 2023, a Rota registrou 7.617 visitantes. No entanto, devido aos desastres naturais que ocorreram em 2024, esse número caiu para 3.644 no mesmo período, representando uma queda de 52,2%. Embora o turismo tenha sido gravemente afetado por essas circunstâncias, a recuperação tem sido lenta e gradual, com os empreendimentos locais se adaptando para continuar atraindo turistas, focando na reestruturação e melhorias da infraestrutura”, pontua.

A época de vindima movimenta o turismo na região

Toniolo é otimista quanto ao futuro. “Estamos nos reestruturando e esperamos que o fluxo de turistas volte ao patamar anterior, com investimentos em divulgação e infraestrutura. A retomada do turismo na Rota tem sido encorajadora, com esforços para reestabelecer atividades e garantir a segurança dos turistas. A resiliência dos empreendimentos, como vinícolas, pousadas e restaurantes típicos, ajudou a manter o turismo ativo, mesmo em meio às dificuldades. Além disso, a recuperação rápida de estradas e serviços essenciais ajudou a minimizar os impactos a longo prazo”, comenta.

Empreendimentos impactados

A proprietária do Recanto Flores e Sabores, Alexandra Garbin, relata a experiência de sua empresa durante esse período desafiador. “Tivemos uma queda de aproximadamente 70% no fluxo de visitantes durante as catástrofes. Foi uma redução significativa, especialmente durante os meses mais críticos, com impacto direto na nossa capacidade de realizar eventos”, conta.

Apesar de a estrutura do empreendimento não ter sofrido danos significativos, as perdas emocionais e econômicas foram profundas. A retomada tem sido gradual, e o Recanto já recuperou 90% do fluxo pré-catástrofes, com os turistas buscando novamente o turismo rural.

Do olhar de empreendedor, Toniolo têm grandes expectativas em relação ao futuro da Rota. Ele é proprietário da Pousada do Bosque Bento e desde o período da pós-pandemia vem buscando melhorias no empreendimento. “Preparamos um projeto para ampliação na estrutura das cabanas, pois nossa clientela, diferentemente do que esperávamos no início, é muito diferenciada, recebemos hóspedes de todos os estados brasileiros e também de vários países, como Uruguai, Colômbia, Estados Unidos, França, Alemanha, Austrália e também da África”, frisa.

Sobre o período das últimas enchentes, Toniolo faz uma comparação. “A nossa alta temporada, de maio a setembro, teve no ano passado até 70 pessoas por mês. Esse ano, em função das inundações, tivemos nesses quatro meses de alta temporada 16 pessoas no total. Além disso houve a queda de uma árvore de grande porte em cima de dois quiosques que estavam sendo finalizados”, evidencia.

Estratégias de crescimento

Ainda há discussões sobre a unificação das rotas Encantos de Eulália com as das Cantinas Históricas e Vale do Rio das Antas. Para Toniolo, as três rotas do Norte de Bento sempre trabalharam de forma isolada, enfrentando dificuldades em atrair turistas. Com o apoio do Sebrae, estão sendo desenvolvidas estratégias para oferecer aos visitantes experiências únicas. “Queremos que cada turista que entre na Rota sinta o diferencial no atendimento, gastronomia e cultura local”, diz Toniolo. A criação de uma marca forte e atrativa, que facilita o reconhecimento da região por agências de turismo e visitantes, é vista como essencial para o sucesso.

Futuro da Rota

Enquanto a unificação das rotas ainda está em debate, cada empreendimento tem buscado atrair turistas de forma independente, com forte presença digital e promoção de eventos temáticos, que valorizam as tradições locais. “O turismo rural tem se mostrado resiliente e atrativo para aqueles que buscam experiências autênticas e contato com a natureza. Atualmente, o turismo na Rota Encantos de Eulália está passando por uma fase de reconstrução, e as expectativas são de que, com o tempo, o fluxo de visitantes possa voltar a crescer, principalmente com investimentos em promoção e melhorias no acesso”, finaliza Toniolo.