Iniciativa integra 10 municípios gaúchos em percurso cultural por igrejas, capelas, grutas e capitéis
Carregado de simbolismo, o projeto ‘Rota dos Capitéis – Caminhos da Imigração e da Fé’ protagonizou um momento importante em sua trajetória de evolução. A iniciativa, criada em 2020 e em execução desde então, oficializou o início da etapa de sinalização do roteiro em ato realizado na manhã de sexta-feira, 5 de julho, em Bento Gonçalves. O local escolhido para celebrar esse marco não poderia ser mais apropriado: em frente à Igreja Santo Antônio, ponto que determina o início e o fim do percurso.
A Rota dos Capitéis integra dez municípios – Bento Gonçalves, Boa Vista do Sul, Carlos Barbosa, Coronel Pilar, Farroupilha, Garibaldi, Imigrante, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza – em um roteiro regional de 330 quilômetros, passando pela sede de cada uma das cidades. Há, também 33 rotas circulares, que somam 866 quilômetros. Ao todo, são 468 construções religiosas (252 capitéis, 175 capelas, 23 grutas, 16 igrejas e duas ermidas) mapeadas e que receberão sinalização indicativa de pertencimento ao roteiro, com painel cultural trazendo informações sobre o local.
O percurso poderá ser feito pelos visitantes por meio de veículos motorizados, por ciclovia ou caminhada. Os caminhos estão sendo desenvolvidos segundo normas ABNT/ISO, por meio da empresa NOMAS. A previsão é de que até o início de 2025 a ‘Rota dos Capitéis esteja pronta para receber o público.
Integração e retomada
Projeto de caráter cultural, a Rota dos Capiteis surgiu como forma de valorizar e, principalmente, preservar igrejas, capelas, grutas e capitéis, alguns deles presentes na paisagem serrana há mais de um século. Sua concepção está inspirada na data e integra a agenda das comemorações dos 150 anos da imigração italiana no Rio Grande do Sul, em 2025.
“Estamos muito próximos de entregar à região um projeto inédito de integração e colaboração entre os municípios, expresso por meio de uma rota verdadeiramente da Serra Gaúcha, que promoverá o turismo de experiência e gerará desenvolvimento regional”, conta Marijane Paese, presidente do Conselho Superior do Centro da Indústria, Comércio e Serviços de Bento Gonçalves, entidade que coordena o projeto juntamente com os dez municípios participantes. A iniciativa, além de enaltecer o legado de fé e trabalho da imigração italiana, vem como propulsora para a retomada dos negócios, especialmente os do trade turístico, severamente impactados pelo desastre climático que atingiu o RS em maio. “Nossa história, tão rica, nos presenteia mais uma vez, agora com a oportunidade de olhar para o passado, enaltecer nossas raízes e buscar delas a força e a inspiração para reerguer nossa região”, diz.
De grande imponência cultural, a Rota dos Capitéis vai transformar a vida das famílias do interior. “Quanta sensibilidade tiveram e têm todos os envolvidos nessa iniciativa, um projeto lindíssimo e apaixonante, desde sua concepção. Nesta data de hoje, 5 de julho, estamos começando a transformar história dos 10 municípios envolvidos e do seu interior, porque esse projeto será muito maior do que imaginamos”, disse o presidente do CIC-BG, Carlos Lazzari.
O CIC-BG coordena o projeto desde 2020, na gestão de Rogério Capoani (2020-2021), seguindo pela de Marijane Paese (2022-2023) e de Carlos Lazzari (2024-2025). À época diretor do CIC-BG, Adriano Miolo é o idealizador da iniciativa.